Os eSports invadiram as associações atléticas das universidades e colégios brasileiros. Diversas instituições de ensino pelo país têm times organizados que disputam ao longo do ano torneios intercolegiais e universitários de games como Counter Strike: Global Offensive (CS:GO), League of Legends (LoL), Rainbow Six Siege (R6) e Clash Royale.
Alguns dos mais relevantes são o TUES (Torneio Universitário de e-Sports), Brasil College League (BCL), e o torneio entre escolas promovido pelo evento de tecnologia e consciência ambiental Greenk. Como nos circuitos profissionais, os campeonatos estudantis têm suas disputas finais em eventos presenciais, o que atrai patrocinadores.
O TUES é o mais competitivo e tem duas temporadas anuais. A primeira de 2019 será decidida dia 26 de julho no evento Game XP, no Rio. O BCL foi lançado este ano pela empresa BBL, mas já atraiu times universitários importantes. A final foi na Arena Badboy Leeroy, em junho. Já o Greenk, embora tenha perfil mais amador, atrai 150 instituições. O campeão será conhecido em agosto, no Anhembi, em São Paulo.
O que esse movimento sinaliza para marcas? Para Moacyr Alves Junior, diretor de negócios da Talent Experts, agência especializada em eSports, os campeonatos de games com times de instituições de ensino mostram o potencial dos jogos eletrônicos de criar vínculos também com as comunidades locais e não só com os fãs do meio digital.
“Tem bastante aderência das escolas que se unem. E é muito engajado com o público de faculdade, onde existem times mais experientes. Algumas universidades já têm ligas oficiais formadas nas suas atléticas”, afirma o executivo.
Além disso, são espaços para as empresas se posicionarem com o objetivo de formar público. “Eu vejo uma oportunidade grande porque cada vez mais as pessoas vão se interessar pelos eSports. Marcas que ainda não enxergaram esse potencial estão perdendo tempo”, afirma o executivo, que já palestrou sobre o assunto na ESPM.
Moacyr ainda ressalta que os campeonatos de eSports estão ganhando relevância comparada a de esportes tradicionais. “Eu aposto que daqui a uns dois anos, os eSports vão estar rivalizando com o futebol, ou seja, com esportes que realmente têm muita audiência. E já mostram possibilidades de caminhos profissionais aos jogadores. Tem meninos que já ganham salários ótimos, e a tendência é só crescer.”
Marcas endêmicas como Oi, NET, Claro já estão presentes como patrocinadoras dos eventos presenciais. Outras, não-endêmicas, realizam ações menores com times, como a RedBull com PUC Priests, equipe finalista do TUES.
De acordo com Moacyr, as iniciativas podem ir além, como a promoção de eventos exclusivos em parceria com instituições de ensino. “É possível realizar palestras e workshops sobre o universo gamer e de eSports, por exemplo”, afirma. Ou mesmo ações de marca com influenciadores digitais e atletas junto com os alunos.