Num cenário onde a omnicanalidade se torna praxe, o futuro do varejo irá encontrar oportunidades nos mais diversos aspectos da evolução do ecossistema digital. Social commerce, novas formas de converter com criatividade e IAs generativas na cadeia de produção de conteúdo são algumas das tendências apontadas pelo relatório “Tomorrow’s Commerce 2024”, da agência VML.
“Em termos de varejo, um futuro omni-canal não simplifica a crescente complexidade e o ritmo da mudança. Parece que estamos nos aproximando de um futuro omni-canal emocionante e amplo, que abrange físico e digital. Mas o que vem junto com isso é um conjunto cada vez mais exigente de consumidores e clientes, ditando as regras de engajamento para as marcas, varejistas e mercados com os quais lidam”, afirma Beth Ann Kaminkow, global chief commerce officer da VML, que assina a 7ª edição anual do documento.
Segundo o relatório, a omnicanalidade é padrão para 94% das marcas globais consultadas. Entre os líderes empresariais entrevistados, 47% acham que agora existem muitos canais para vender efetivamente. E 44% admitem que oferecer uma experiência consistente da marca em todos os canais é um desafio.
Dos 20 movimentos de longo prazo que devem emergir este ano apontadas pelo “Tomorrow’s Commerce 2024”, o UOL Para Marcas destaca três tendências que se conectam com a indústria de mídia e comunicação:
O poder de conversão do social commerce
O relatório olha para o mercado chinês, onde mapeia que 90% dos consumidores já fizeram compras por meio de mídias sociais, para identificar uma tendência que já se reflete em iniciativas de Amazon e Walmart nos EUA.
“Marcas e varejistas começarão a perceber globalmente o poder do que estamos chamando de ‘conversão social’. Muito mais do que gerar brand love, trata-se de incentivar a compra direta da marca. Eliminando o gap entre desejo e entrega, a conversão poderá acontecer naquele momento e direto no social, embora as mídias sociais possam também direcionar o tráfego para outros canais, incluindo o varejo físico”, afirma o documento.
Comércio criativo
À medida que os canais de compra se proliferam no digital, as marcas se veem desafiadas a ser mais criativas para se destacar. Segundo o relatório, 60% dos consumidores entrevistados querem que marcas e varejistas tornem a experiência digital e presencial mais divertida. Isso se alinha com um movimento apontado como “comércio criativo”, que envolve criar momentos prazerosos ao longo da jornada.
“Para atender a essa demanda, as marcas terão de pensar em proximidade. Introduzir criatividade nas jornadas de compra requer reescrever as regras da experimentação, substituindo o óbvio pelo surpreendente. A gamificação tem um papel a desempenhar, assim como redesenhar formas de relacionamento com canais “não-comerciais”, de entretenimento e mídia”, diz o relatório.
IAs generativas nas cadeias de conteúdo
As marcas estão pressionadas a produzir uma massa cada vez maior de conteúdo. Na lógica omnicanal, os pontos de contato digitais com os consumidores se multiplicam, com a personalização exigindo uma comunicação cada vez mais assertiva. Em cada conversa, é um conteúdo que se cria. Some-se a isso a necessidade de gerar experiências mais divertidas nas jornadas, o que também amplia a necessidade de produção de conteúdo.
“Apoiar esse apetite por conteúdo coloca uma tensão enorme na cadeia de produção. Não só o consumidor diretamente, todo site, todos os aplicativos, todas as listagens de mercado, todas as contas de mídia social precisam de conteúdo. As cadeias de produção já estão passando por uma evolução veloz. A IA generativa está rapidamente se tornando a ferramenta preferida das marcas que desejam otimizar a produção de conteúdo diferenciado nos canais. Mas e a consistência? Como garantir que tudo o que é publicado está alinhado ao branding? Ou que sempre atenda aos requisitos de conformidade?”, questiona o relatório. Este será um desafio a ser enfrentado pelo mercado.