O mundo viveu uma forte aceleração das experiências digitais durante a pandemia, e isso não foi diferente no mundo gamer. Mas, após resultados expressivos em 2020, a reabertura social deve significar um pequeno recuo do setor este ano, de 1,1%, segundo prevê a Newzoo, empresa especializada em dados do mercado de jogos.
Pela projeção da consultoria, em 2021, o mercado global de jogos deve gerar US$ 175,8 bilhões. No ano passado, foram US$ 177,8 bilhões. O resultado do ano passado foi fruto de um aumento de 23,1% em relação ao período anterior — reflexo claro dos tempos de isolamento social quando, segundo o estudo, “para muitos, o jogo substituiu a socialização”.
Dados do Consumer Insights 2021, levantamento lançado este mês pela Newzoo que pesquisou Europa e América do Norte, mostram como a imersão no game se aprofundou desde o início da pandemia: 51% dos jogadores relataram passar mais tempo jogando desde o início da covid-19. Na faixa etária de 10 a 20 anos, esse número sobe para 58%.
A maioria (60% em média) aponta diversão e relaxamento como o principal motivo para jogar. Mas não só. Chama a atenção no estudo o game se consolidando como espaço social. Um terço dos respondentes de 10 a 20 anos cita a socialização como a principal razão para jogar. E esse é o comportamento que deve se cristalizar no cenário pós-covid, segundo a Newzoo.
“A receita do mercado de jogos deverá diminuir ligeiramente este ano, com as pessoas desfrutando a reabertura e gastando mais em atividades não-jogo. No entanto, acreditamos que a tendência dos jogos como espaços sociais veio para ficar”, afirma Jutta Jakob, head de consumer insights, em artigo sobre o estudo.
Outros indicativos da tendência aparecem na forma preferida de jogar dos entrevistados. O modo multiplayer online — que reúne múltiplos jogadores simultaneamente na disputa — é o mais popular. Segundo o Consumer Insights 2021, cerca de metade dos jogadores com idade entre 10 e 35 anos afirmam jogar modos multijogador online contra 36% daqueles com idade entre 36 e 50.
Além disso, há um senso de comunidade estabelecido entre os jogadores que provoca engajamento dentro e fora dos games. Na média geral, 61% dos gamers entrevistados se declararam envolvidos com comunidades de jogos. E 60% visitaram sites, blogs de jogos, ouviram podcasts. Os games também são assunto entre as pessoas: 80% dos jogadores conversam sobre jogos com família e amigos virtualmente e socialmente.
Outro ponto destacado no estudo é a popularidade da visualização ao vivo das disputas em plataformas de streaming como Twitch e YouTube. Segundo a Newzoo, até o final deste ano, as audiências das gameplays (jogos ao vivo fora de campeonatos) e dos eSports (torneios profissionais) atingirão 728,8 milhões de pessoas e 474,0 milhões, respectivamente.