Parte relevante de quem bebe álcool está reduzindo o consumo. E quer diminuir ainda mais. Os dados constam no estudo “O Dossiê das Bebidas”, realizado pela MindMiners, que mapeia comportamentos de consumo e insights para a categoria. A pesquisa aponta pelo menos duas razões para esse movimento: um interesse menor das gerações mais jovens por opções alcoólicas e uma preocupação com os efeitos na saúde e na qualidade de vida.
De acordo com o levantamento, 41% dos entrevistados disseram ter alterado o volume de consumo de bebidas alcoólicas nos 12 meses anteriores à pesquisa, sendo que 33% reduziram a ingestão e 8% afirmam ter aumentado. Além disso, 43% declararam que pretendem diminuir o consumo de bebidas alcoólicas. Nessa fatia se destacam, principalmente, aqueles que já fizeram essa redução, mostrando um movimento contínuo.
Na amostra, 57% são consumidores de bebidas alcoólicas. Ao todo, foram ouvidas 3.000 pessoas acima de 18 anos, com acesso à internet, por meio de questionário online. Os entrevistados estão distribuídos por todas as regiões do país, segundo parâmetros do IBGE de gênero, faixa etária e perfil de renda (classes ABCDE). A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Entre os 43% dos entrevistados que não consomem bebidas alcoólicas, as principais razões mencionadas são: por falta de interesse (razão citada por 58% dos entrevistados, com destaque entre a Geração Z); por não gostarem do sabor (34%); porque não gostam dos efeitos do álcool (30%); porque querem melhorar a qualidade de vida (19%) e por questões religiosas (17%).
Já entre os apreciadores de bebidas alcoólicas, os mais jovens são os que consomem menos. A adesão da Geração Z não chega à metade (45%), mas começa a subir entre o Millennials (57%) e alcança o pico com a Geração X (67%). Entre os mais velhos, conhecidos como Boomers, a fatia de consumidores tem uma leve queda, para 65%, mas mantendo um alto nível de penetração.
A cerveja lidera entre as bebidas alcoólicas mais consumidas, sendo mencionada por 44% dos entrevistados. Em seguida, aparecem o vinho (37%), os destilados (36%), e a categoria read to drink (drinks prontos), com 26% das citações. Mas 60% gostam de variar, experimentando novas marcas e tipos de bebidas.
Considerando as ocasiões para beber, a cerveja aparece como a preferida no Carnaval (para 26%) e em shows e festivais de música (28%). Os refrigerantes tomam a frente nas celebrações familiares, como aniversários, formaturas e casamentos, os refrigerantes tomam a frente (40% das menções) e em eventos gastronômicos (15%). Água sem gás é a mais citada em eventos esportivos (22%).
O estudo também buscou mapear o conhecimento e a aceitação da cerveja sem álcool. Entre os respondentes, 82% já ouviram falar ou conhecem a categoria. E 47% disseram já ter bebido. Entre eles, a maioria (58%) experimentou por curiosidade; 14% por estarem usando medicamentos restritivos e 11% por estarem dirigindo na ocasião. O cuidado físico aparece correlacionado à opção: 68% dos consumidores de cerveja sem álcool estão dispostos a pagar mais por uma bebida que ofereça benefícios à saúde.