A agenda ESG (Environmental, Social and Governance) é pauta cada vez mais relevante entre marcas. Mas uma jornada consistente alinhada a esse propósito envolve um trabalho de longo prazo, que transforma a companhia por dentro, segundo Luis Fernando Guggenberger, executivo de marketing, inovação e sustentabilidade da Vedacit. A empresa conquistou em março o Certificado B, que atesta elevados padrões de entrega social e ambiental, além de transparência e compliance.
“A gente está muito feliz com a certificação, que não é uma jornada fim. Tem continuidade. Esse selo de empresa verde é uma chancela, um carimbo que a sociedade está dando para a Vedacit, de que sua a jornada de sustentabilidade tem consistência. Mas a gente sempre fala que não basta conseguir chegar ao pódio, atleta de alta performance tem que se manter no pódio. E já estamos trabalhando no processo de recertificação que vai acontecer em 2025.”
A trajetória da Vedacit para se tornar uma empresa reconhecidamente sustentável teve seus primeiros passos em 2015. De lá para cá, toda a cadeia de produção e fornecimento, o bem-estar dos funcionários e da comunidade, e a gestão corporativa – envolvendo medidas de compliance e metas de diversidade e equidade nos quadros – foram contemplados em ações práticas.
“A gente se preocupou em ter uma matriz de compromissos dentro da nossa operação que olhasse para fora e para todos os stakeholders. Então fomos saber como medir nossos progressos. Nós sempre falamos em ESG, antes de isso se tornar uma pauta”, afirma o executivo. Isso porque, segundo ele, a cultura da empresa é alinhada com visão, missão e valores sustentáveis desde o início. “A família controladora sempre foi muito preocupada com o legado que deixa para a sociedade.”
O que faltava era estruturar e mensurar ações. De 2015 até 2023, foram várias rodadas de diagnósticos de sustentabilidade, que estabeleceram passos e metas. Foram medidas que envolveram inovações para aumentar a durabilidade das edificações da fábrica e cuidar do bem-estar das pessoas. “Criamos ainda o Instituto Vedacit, que foi uma maneira de organizar o investimento social privado, de forma mais estratégica e não apenas por meio de contribuição com ONGs, buscando incentivar negócios de impacto.”
A Vedacit também passou por uma transição de gestão. Em 2017, a família contratou o CEO Marcos Bicudo para presidir a empresa, com o objetivo de profissionalizar a governança de forma orientada a propósitos sustentáveis. E, em 2020, após novas rodadas de diagnósticos, acelerou na agenda.
“O consumidor não está preocupado apenas com preço e qualidade, que são básicos. Ele quer algo mais das companhias. E vimos que precisávamos avançar de maneira mais veloz. Em 2020, incluímos pela primeira vez no contrato de gestão de pagamento de bônus uma cláusula ligada a meta de sustentabilidade, e já melhoramos a pontuação no diagnóstico em 10 pontos, para 68 pontos”. O executivo explica que, para alcançar o Certificado B, o mínimo é 80. Este ano, o certificado foi conquistado com 88 pontos.
No ano da pandemia, a jornada da Vedacit foi posta em teste. “Quando estourou, a primeira preocupação foi garantir segurança mental e física de todos os funcionários. Não perdemos nenhum colaborador e nem representantes de venda para a covid-19, muito por ter colocado pessoas na frente.”
Em termos práticos, 100% dos resíduos industriais agora não vão mais para descarte e sim para incineração. Há uma meta de 25% das embalagens serem adquiridas de tecnologias verdes biodegradáveis – hoje o índice está em 14%. No quadro de funcionários, 50% da liderança é composta por mulheres.
“Numa indústria de construção civil, que é super machista, é uma conquista. Mas ainda buscamos avançar incluindo também homens pretos, pardos, pessoas com deficiência e comunidade LGBT nesses cargos.” E, para a comunidade, a Vedacit vem trabalhando com negócios sociais que reformam moradias. A meta é contribuir com 1,5 milhão de moradias até 2030.