A maioria das pessoas jovens e adultas conectadas à internet está em um relacionamento amoroso. E o formato dominante é, de longe, o monogâmico. Esses achados estão no estudo “Relacionamentos – Experiência e percepção dos brasileiros sobre relacionamentos amorosos”, realizado pela Opinion Box, consultoria de pesquisas.
Entre os entrevistados, 66% disseram estar comprometidos em uma relação estável. E 34% declararam não estar envolvidos em nenhum relacionamento afetivo no momento. A pesquisa ouviu 2.100 pessoas conectadas à internet, acima de 16 anos, por meio de questionário online, distribuídas por todas as regiões do país, segundo parâmetros do IBGE de gênero, faixa etária e perfil de renda (classes ABCDE). A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais.
Conhecer o modo como as pessoas se relacionam é essencial para marcas compreenderem seus públicos, mapearem tendências de comportamento e oportunidades de campanha. Especialmente pensando no calendário de datas comemorativas, como Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais e Natal, saber o formato das relações e das famílias brasileiras é estratégico.
Embora a não-monogamia venha se popularizando no discurso de alguns nichos de público pela internet, a população brasileira é predominantemente monogâmica, segundo a pesquisa. Entre os respondentes comprometidos, 91% estão em um relacionamento fechado com uma só pessoa. Apenas 4% declararam estar envolvidos em um relacionamento aberto e 2% em uma relação poliamorosa ou poligâmica.
Em 2019, por exemplo, a campanha “Poliamor”, do Burger King, sofreu uma reação de haters em massa e um processo no Conar, do qual a marca foi absolvida. Segundo o CMO à época, Fernando Ariel, a ação foi mal testada. Mas gerou uma oportunidade de resposta bem-humorada e criativa, com a dublagem da peça, para a versão “Poliamigos”.
O levantamento também mapeou a importância da internet na jornada dos relacionamentos. A maioria dos entrevistados (62%) acredita que sites, redes sociais e apps ajudam na hora de encontrar alguém para se relacionar, sendo que 24% acham que ajudam muito.
Na hora de encontrar o par ideal, as plataformas mais citadas pelos respondentes foram redes sociais (34%), seguidas de Tinder (30%), Badoo (19%), sites de bate-papo (13%) e Par Perfeito (11%). Considerando apenas as redes sociais, Instagram (61%) e Facebook (28%) dominam na paquera.
Durante o relacionamento, as plataformas digitais também assumem papel relevante entre os casais. Para 52% dos entrevistados que estão comprometidos, as redes sociais, a internet e a tecnologia em geral contribuem nas interações afetivas, sendo que para 27% ajudam muito.
Entre as experiências em que a internet tem papel relevante no relacionamento, as principais já vividas pelos entrevistados foram namorar à distância (25%); se relacionar com alguém que conheceu pela internet (24%); namorar pela internet (19%) e marcar encontros por aplicativos de paquera (19%).
Porém, em certos assuntos, nada melhor do que a relação fora da tela. A maioria (72%) prefere resolver conflitos pessoalmente. A exposição também incomoda: 60% não gostam de postar sobre suas relações na internet. E, para 44%, é perigoso se relacionar com pessoas que conhecemos na internet.