A gravidade da pandemia de covid-19 despertou nas gerações Y e Z — os nativos digitais — um senso de necessidade de obter informações e notícias em fontes confiáveis. A mídia convencional e especialistas em saúde e ciência são as principais referências, ficando em segundo plano o que família e amigos divulgam.
A constatação está no relatório “Social Media & COVID-19: Um Estudo Global da Interação Digital na Crise entre a Geração Z e a Geração Y”, pela Wunderman Thompson em parceria com OMS (Organização Mundial da Saúde), Universidade de Melbourne e o instituto de pesquisas Pollfish.
No estudo que ouviu 23.500 pessoas com idades entre 18-40 anos em 24 países, incluindo o Brasil, 43% afirmam que recorrem primeiro aos veículos jornalísticos nacionais, TV e rádio, para se informar sobre a pandemia. Depois, vêm os sites de busca (para 36% dos respondentes), fontes de notícias internacionais (35%) e perfis sociais dos veículos de notícias (34%). Especialistas em saúde e ciências (29%) e fontes governamentais (28%) também estão entre os mais citados.
Em meio à avalanche de conteúdos produzidos sobre o assunto por todos os lados, o estudo mostra que parte importante das gerações Y e Z está consciente sobre quais são as referências fidedignas de informações sobre a pandemia. Dessa forma, informações que partem de pessoas do seu meio social, como família (22%), amigos (20%) e mídias sociais de amigos (16%) aparecem como menos relevantes.
No UOL, o interesse dessas duas gerações por conteúdos confiáveis sobre pandemia é perceptível, sendo esses perfis a maioria da audiência nas editorias que cobrem o tema. Segundo o estudo “Gerações 2021”, do UOL, que reúne dados de pesquisas sobre a população brasileira e da audiência UOL, 76% do público de UOL Notícias e 63% do de VivaBem — vertical especializado em saúde e bem-estar — têm de 18 a 44 anos. Além disso, 86% da geração Z e 92% da Y acham muito importante estar bem informados.
Consciência sobre fake news
As gerações Y e Z estão alerta em relação às fake news relacionadas à pandemia pelo mundo. Ainda segundo o report global da Wunderman, mais da metade (59%) dos entrevistados indica que está “muito ciente” das notícias falsas em torno da covid-19, e outros 33% declaram estar “relativamente cientes”.
Ao se deparar com conteúdos falsos, cerca de um terço (35%) dos entrevistados afirma que ignora, enquanto 24% denunciam e 19% comentam sobre ele. Apenas 9% deixam de seguir a conta que o compartilhou. Porém, menos da metade (41%) afirma ter o cuidado de garantir que o conteúdo é confiável antes de compartilhar. Mais de um terço (38%) admite ter passado adiante algum dado que mais tarde descobriu ser incorreto. Destes, 87% afirmam que corrigiram ou apagaram.
É muita informação!
Mais da metade (58%) dos entrevistados diz que está sobrecarregada com a quantidade de informações disponíveis sobre covid-19. Ainda assim, a maioria (59%) afirma sentir que os meios de comunicação não estão “me contando tudo” e o mesmo vale para o governo (58%).
Quando questionados sobre quais informações a respeito da pandemia compartilham nas suas redes, 44% apontaram conteúdo “científico” como principal escolha. Em seguida, citaram informações “relevantes para mim” (37%) e conteúdo que é “preocupante” (29%).