Maior festival da publicidade mundial, o Cannes Lions 2021 será realizado no digital pelo segundo ano seguido. Entre os dias 21 e 25 de junho, o evento que celebra os trabalhos mais criativos dos dois últimos anos (no ano passado não houve premiação) também é aguardado pelos insights e tendências que aponta, por meio de uma programação extensa com o tema “The Big Reset”. Serão palestras, debates ao vivo e meetups em ambiente virtual, sem contar nos conteúdos gravados que ficarão disponíveis on demand.
A programação de conteúdo foi definida a partir de uma pesquisa global do Lions com mais de 1.500 profissionais de marketing, criação e veículos e passa por 8 eixos temáticos fortemente influenciados pela pandemia de covid-19: Conteúdo na (nova) cultura, Comunicação guiada por dados, O valor da criatividade, Marcas vão salvar o mundo?, Negócios criativos melhores, Novas regras do varejo, Os novos consumidores, ícones e desbravadores, além de Novas plataformas e tecnologias.
Haverá estrelas, claro, como a atriz Gal Gardot, e o filósofo e historiador Yuval Noah Harari. Mas a programação também está recheada de conversas aprofundadas sobre o mercado. Durante o festival, o UOL para Marcas, apoiará a cobertura do evento pela GoAd Media. E, no pós-Cannes, irá realizar roadshows para marcas e agências parceiras com os principais insights.
Por enquanto, veja três pautas que devem levantar boas discussões:
NFTs: modismo ou revolução?
Quem não se surpreendeu quando a casa de leilões Christie’s bateu o martelo para um lance de mais de US$ 69 milhões por uma obra de arte digital? A venda da peça, do artista Mike Winkelmann, conhecido como Beeple, foi o pontapé para que os NFTs, tokens não fungíveis, se tornassem populares no imaginário mundial, dando início a uma corrida pelo ouro digital.
Mas qual o futuro dos NFTs? Será puro modismo, uma bolha fadada a estourar? Ou um espaço revolucionário para curadores e criativos? Que oportunidades oferecem nas indústrias de entretenimento, arte, luxo e moda? Essas questões serão tema de experiência virtual com Neda Whitney, VP de marketing para as Américas da Christie’s, no dia 23, mas também aparecem em conteúdos on demand do festival.
Ecoinovação como desafio
Os debates mundiais devem se voltar para as questões ecológicas e climáticas no pós-covid. Vários destaques da programação de Cannes 2021, do primeiro ao último dia, refletem a relevância do tema, e abrem espaço para a indústria discutir o que está fazendo para reduzir emissões de gases e geração de resíduos, além de estimular estilos de vida mais sustentáveis.
O tema surge também atrelado à inovação — com a apresentação das soluções da organização ambiental Parley for the Oceans, rede global que vê na criatividade e na colaboração a chave para a limpeza de oceanos. Além disso, o festival traz no encerramento um debate em cima do seu relatório de Metas de Desenvolvimento Sustentável.
Rumo à equidade
A conversa sobre representatividade, diversidade e equidade seguem em alta. E a luta contra o machismo no esporte e no mercado de trabalho é o tema de uma peça brasileira que disputa o Titanium, prêmio máximo do festival. A campanha #GoEqual, da agêcia Africa e estrelada pela jogadora Marta, da seleção brasileira de futebol, lançou um manifesto pela equidade de gênero e está na disputa.
Outra brasileira, Ingrid Silva, negra, bailarina do Dance Theatre of Harlem, é destaque do Cannes 2021. Ela vai contar sobre seu projeto EmpowHer NY, plataforma colaborativa onde mulheres compartilham suas histórias de empoderamento, em painel ao lado de Kim Barke, VP da The Bloc. Juntas, vão levantar questões sobre como a indústria da publicidade confronta racismo e machismo. E como capacitar pessoas olhando para o futuro.
