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Brasileiros adotam IAs, e estão cientes de vieses e questões éticas, diz estudo

Imagem: Igor Omilaev/Unsplash

Longe de uma visão futurista, os brasileiros estão cientes de que as inteligências artificiais (IAs) permeiam inúmeras atividades do seu cotidiano e muitos fazem uso das ferramentas para facilitar a vida, segundo o “Relatório Inteligência Artificial – 2024”. Pelo segundo ano, o estudo busca compreender o estado das IAs no país a partir da perspectiva das pessoas, para extrair insights e tendências sobre hábitos de consumo.

As IAs são mais do que populares. Entre os entrevistados, 91% dizem saber o que é uma inteligência artificial, sendo que 30% declaram ter um bom entendimento e 61% um conhecimento básico. As demais pessoas não sabem ou não têm certeza. Além disso, 89% dizem já ter usado a tecnologia. Destas, 37% declaram que o fazem diariamente.

A pesquisa ouviu 1.001 brasileiros conectados à internet, por meio de questionário online, distribuídos por todas as regiões do país, segundo parâmetros do IBGE de gênero, faixa etária e perfil de renda (classes ABCDE). A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais.

Os entrevistados acreditam que as IAs podem ser úteis, principalmente, em atividades rotineiras, em casa ou no trabalho. Para 48%, as ferramentas podem ajudar em tarefas de organização pessoal. A tecnologia ainda serve no aprendizado de temas de interesse pessoal (para 47% dos respondentes), em tarefas do trabalho (37%), nos estudos e trabalhos escolares ou acadêmicos (37%), na criação de conteúdo (35%) e outras atividades (9%).

Entre os que declaram utilizar alguma ferramenta com IA, 71% declaram que não tiveram nenhuma experiência negativa no uso. Para 55%, a tecnologia superou as expectativas em alguma situação. E metade diz que já passou por alguma circunstância em que seu comando não foi atendido.

Os brasileiros enxergam que as IAs impactam diversos campos. Na percepção dos respondentes, as áreas mais permeadas por essa tecnologia são comunicação e marketing (com 42% das menções), entretenimento – música, filmes, jogos, etc. – (citada por 40%), atendimento e relacionamento com o cliente (38%), tarefas do dia a dia (34%), finanças, bancos e pagamentos (34%).

A pesquisa também investigou a adesão de ferramentas populares com IA embarcada. A maioria (77%) já utilizou pelo menos um assistente virtual. Entre os que experimentaram e continuam aproveitando as facilidades dessa tecnologia, a maior parte usa o Google Assistente (48%). Em seguida, são citados Alexa – da Amazon – (29%); e Siri – da Apple – (20%).

A maioria (57%) se diz satisfeita ou muito satisfeita com os assistentes virtuais. O principal uso, segundo os entrevistados, é fazer perguntas e pesquisas para obter informações (61% das menções). Em seguida, foram citadas as atividades: reproduzir música e podcasts (45%); definir lembretes e alarmes (37%); entretenimento, jogos ou piadas (25%); controlar dispositivos domésticos inteligentes (23%).

O ChatGPT é outra ferramenta popular: 79% dos entrevistados dizem conhecer e 53% declaram ter usado. Para os respondentes, suas principais utilidades são: obter informações sobre determinados tópicos (para 44%); ter novas ideias de criação de conteúdo (36%); realizar pesquisas ou consultas escolares/acadêmicas (36%); se informar (32%); e realizar tarefas específicas do trabalho (30%). O nível de satisfação é de 65%. Mas 40% percebem a tendência da ferramenta de oferecer respostas tendenciosas ou com viés.

Embora encontrem facilidades, os entrevistados não deixam de ver possíveis problemas éticos no uso de IAs. Privacidade e proteção de dados é a maior preocupação, para 42% dos respondentes; seguida de riscos à segurança e cibersegurança (36% das menções) e perda de empregos e impacto socioeconômico (32%).


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