O varejo digital segue avançando com velocidade no país. E hábitos de compra adquiridos durante a pandemia apontam para a consolidação de movimentos importantes que devem ser observados no próximo ano. É o que mapeia a pesquisa “Tendências do e-commerce no Brasil para 2022”, realizada pela Opinion Box, que ouviu 2.129 consumidores de todas as regiões que realizaram compras online nos últimos seis meses.
Segundo o levantamento, 71% dos consultados aumentaram a frequência de compra pela internet no último ano. E 49% pretendem aumentar ainda mais no próximo. Interessante notar que boa parcela dos compradores online (37%) declara que aderiu ao e-commerce nos últimos dois anos, período que coincide com a chegada da pandemia.
Diante do avanço progressivo do digital nas compras e das transformações nos comportamentos de consumo, a pesquisa identificou tendências que devem ser confirmadas em 2022 no país. Veja três:
1. Jornadas de consumo híbridas
Não é futurismo. Segundo a pesquisa, as jornadas de compra dos brasileiros começam em qualquer ponto — físico ou digital — e se concluem em qualquer ponto. Enquanto 74% dos entrevistados já pesquisaram o produto online e compraram na loja física, 84% já fizeram o inverso: pesquisaram na loja física e acabaram comprando online.
Além disso, a experiência presencial com o produto não necessariamente está ligada à pronta entrega: 52% já compraram na loja e mandaram entregar em casa. Mas a compra online cada vez mais precisa prever a entrega imediata, com a possibilidade de retirada de produtos nas lojas. Essa hibridez, segundo o levantamento, deve se intensificar com a reabertura das lojas.
2. A loja e a carteira no smartphone
Ao mesmo tempo que o smartphone se torna o principal dispositivo usado para a compra online, é nele também que os meios de pagamento emergentes se encontram. Segundo a pesquisa, 71% dos entrevistados usam o smartphone para fazer compras online. E 62% declaram que realizam compras pelos aplicativos das lojas.
O smartphone também está se tornando cada vez mais a carteira do consumidor, à medida que facilita o uso de novos meios de pagamento. O PIX é conhecido e usado por 86% dos entrevistados. A modalidade é seguida de carteiras digitais (62%), QR code (54%), reconhecimento facial (14%) e WhatsApp Pay (12%).
3. Vendedor humano no digital
O calor humano para auxiliar no momento da decisão de compra é valorizado pelos consumidores brasileiros. Segundo a pesquisa, um em cada cinco entrevistados diz que vai pessoalmente a uma loja para ser atendido por um vendedor. Mesmo os que compram online seguem indicações de vendedores: 46% já compraram por causa de conversas com vendedores em chats online de lojas, WhatsApp e redes sociais.
A maioria (62%) diz que já realizou consultas a vendedores por esses canais. E 78% dos entrevistados acreditam que um vendedor digital pode ajudar na hora de escolher um produto online, seja tirando dúvidas, explicando sobre funcionalidades, informando formas de pagamento, entre outros.