Os heróis dos eSports estão chamando a atenção das marcas. E o caso de Leo ‘Zig’ Duarte, expoente brasileiro no game RainbowSix, não é diferente. Ele é jogador profissional pelo Team Liquid, uma equipe holandesa que investe no Brasil, e também é conhecido do público fã de eSports por seu canal no YouTube. Com duas personas — Zig, o atleta, e Zigueira, o youtuber –, ele já fez ações com AOC, Allienware, Acer, China in Box, Hoplon, EA Games, entre outros.
Aos 30 anos, ele diz que joga desde 2005, e logo começou a despontar no cenário. “Eu acompanhei o crescimento dos eSports desde o início”, afirma. A princípio, jogava o game Battlefield, já se destacava, e foi migrando de times até alcançar status profissional. Deu uma pausa de dois anos. E logo após voltar às arenas, em 2011, se encontrou no jogo RainbowSix. Num estudo sobre o cenário de eSports brasileiro, da agência de marketing de Newzoo, ele é apontado como o maior nome do game no país.
Zig é um exemplo de como personalidades do universo dos esportes eletrônicos, além de se tornarem referência por sua performance nos jogos, conseguem criar uma base de fãs com quem dialoga o tempo todo, diferentemente das estrelas do futebol ou de outros esportes de quadra. “O envolvimento da galera é a parte mais legal do trabalho. A gente nem acredita no carinho que recebe. Eles sabem quando vou casar. Eu tento separar o pessoal do profissional, mas como a gente está ali respondendo, muita gente conhece a minha vida”, afirma.
A naturalidade ao lidar com o público é o que torna os atletas e influenciadores de eSports tão interessantes para as marcas. Eles são reais, têm problemas reais, vocabulário e linguagem próprias que aumentam o sentimento de proximidade com o público. E essa interação acontece inclusive enquanto o jogo está rolando. “Eu converso durante as streams, no chat, enquanto estou jogando. Eu jogo entrosando com a galera”, afirma.
Seu público é o que ele chama de “mais velho”, dentro do cenário de eSports: 56% da audiência do seu canal no YouTube, têm de 18 a 25 anos. Ou seja, uma base em que boa parte já tem autonomia para consumir o que deseja. “É um público mais velho com poder de compra”, afirma Zig. “Acredito que eu já tenha vendido muitos periféricos de jogos no Brasil. Por eu acreditar naquilo que eu estou vendendo e divulgando, a galera confia muito em mim.” Eles até pedem “consultoria” sobre os produtos e como usar, segundo Zig.
Quando aceita realizar ações para marcas, elas têm de passar pelo seu crivo: “Sou muito sincero. Já não usei muita coisa por não acreditar na marca e não gostar do produto. E o público me pergunta que mouse eu uso, se eu gosto dos fones, não só porque sou patrocinado. Eu já falava muito bem antes.”
Mas não apenas as marcas endêmicas (que são próprias do ambiente de eSports) encontram boa aceitação. Zig conta sobre uma ação promocional ao vivo que já fez para a China in Box, que foi um sucesso. “A live estava bombando. A gente vendeu bastante. Quando você põe amor naquilo que você faz, quando você acredita, a galera apesar de ver que é um merchandising, acaba indo contigo. Eu adoro comida chinesa e japonesa e, por isso, foi uma ação bem natural.”
Zig também conta sobre interações que faz pessoalmente com o público a convite de marcas. “Rola muito de ir a eventos, participar em estandes, e fazer ‘meet and greet’ com o time”, afirma, citando o encontro que sua equipe fez com os fãs na BGS, patrocinado pela Intel, onde ficou à disposição para conversar e tirar fotos com os fãs.