O vídeo digital está numa nova fase áurea. Estudos de mercado no Brasil e no mundo mostram que o consumo de conteúdo no formato, estimulado por um ano de isolamento social, nunca foi tão alto como em 2020. Esses recordes vêm acompanhados do crescimento do mercado streaming, de novos hábitos de consumo de mídia e de investimentos em publicidade.
Veja movimentos que impulsionam redescoberta do vídeo pela publicidade:
1. Popularização multitela
O estudo “Inside Video” — A (Re)descoberta, lançado em março pela Kantar IBOPE Media, traz um diagnóstico do consumo do formato no país ao longo de 2020. Segundo a pesquisa, o ano foi marcado pela democratização do acesso às plataformas de vídeo digital, que passaram a alcançar 61% dos domicílios brasileiros — um aumento de 84% em três anos.
Essa audiência é multitela e multiplataforma: 99% dos internautas assistem aos vídeos em diferentes telas e dispositivos, o que torna o formato quase onipresente nas experiências cotidianas de consumo de conteúdo. Além disso, o Brasil se destaca em relação à média global: 80% dos brasileiros assistiram a vídeos online gratuitos em 2020, frente a 65% dos estrangeiros.
2. Contexto que converte
A publicidade tem encontrado motivos mais do que convincentes para investir em produções de vídeo digital de qualidade, o que contribui para o crescimento do formato. O estudo “A Influência do Contexto”, realizado pelo Twitter e IPG Mediabrands, aponta que os consumidores brasileiros são mais propensos a comprar quando o anúncio em vídeo aparece próximo de um conteúdo confiável.
Segundo o levantamento, o contexto de credibilidade em vídeo pode gerar um incremento de 10% na intenção de compra, um índice que pode chegar a 12%, dependendo da qualidade do contexto onde a publicidade aparece. Conteúdos premium também melhoram indicadores de favorabilidade e interesse dos anunciantes, registrando um crescimento de 3% e 4%, respectivamente.
3. Alta do streaming com anúncios
O streaming de vídeo suportado por anúncios (AVOD, na sigla em inglês) segue numa tendência de alta, com novos serviços lançados como a PlutoTV por aqui, além de Peacock e Quibi no globo. As plataformas se unem a Roku Channel e Tubi, já estabelecidas em países como EUA. Em janeiro de 2021, pouco mais de um terço (34%) dos lares norte-americanos usuários de streaming de vídeo acessaram plataformas AVOD, um aumento de 6 pontos percentuais em relação a janeiro de 2020, de acordo com a Nielsen.
Somente nos EUA, no primeiro trimestre de 2021, o Roku Channel deve alcançar 57,2 milhões de espectadores mensais, seguido da Pluto TV, com 46,6 milhões de telespectadores mensais, e Tubi, com 44,4 milhões. Já o levantamento “International Media Consumption Report 2021”, da consultoria YouGov, mostra que a maioria do público acha justo ver anúncios para ter acesso a conteúdos, numa variação entre 50% e 70% em 13 dos 17 países pesquisados.