Os investimentos em publicidade digital e marketing de influência devem se acelerar em 2021. O movimento tende a aprofundar a digitalização das estratégias de mídia, que deu um salto no ano passado em função da pandemia. A previsão consta na segunda onda da pesquisa “Impactos da Covid-19 no Investimento de Mídia do Brasil”, realizada pela Nielsen em parceria com o IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau).
O report, lançado em fevereiro, ouviu no fim do ano passado profissionais da indústria publicitária que atuam em anunciantes, agências, ad techs, veículos e outros. Entre os respondentes, 45% disseram que devem aumentar o investimento em anúncios digitais em 2021. A taxa representa uma alta de 9 pontos percentuais em relação à primeira onda da pesquisa, lançada em maio de 2020, quando 36% esperavam ampliar os gastos em mídia digital até o fim daquele ano. Nenhum respondente declarou intenção de reduzir o investimento.
Outra estratégia que deve se acelerar no ano é a de marketing de influência, segundo a pesquisa. Para 36% dos respondentes, os investimentos devem crescer na modalidade, contra 32% na primeira onda. Nenhum participante declarou intenção de reduzir o investimento na área.
Os profissionais também apontaram os formatos de publicidade que mais devem receber investimentos em seu mix de mídia, ao longo de 2021. Vídeo digital, search e social media lideram nas intenções, todos com 27% das menções. Mas vale também destacar dois formatos que aceleraram significativamente na expectativa de destinação de verba publicitária para o ano. Streaming de áudio/podcasts saltou 19 pontos percentuais nas citações (de 4% na primeira onda para 23%). E o native advertising subiu 14 pontos (de 4% para 18%).
Os números gerais do levantamento ainda mostram um aprofundamento da digitalização da publicidade: 50% dos anunciantes acreditam que a importância da publicidade digital se manterá em seus negócios, enquanto 37% dizem que será muito mais importante ou mais importante do que antes.
Todos os anunciantes respondentes possuem alguma operação de publicidade digital, sendo que 63% disseram ter mais da metade do seu investimento alocado no digital e 41% contam com agências externas. Além disso, a mídia tradicional tende a perder espaço: 32% esperam reduzir seu investimento das mídias offline (TV, rádio e impresso), em 2021.
Em relação ao negócio, 50% dos respondentes declararam que já estavam totalmente digitalizados, antes da pandemia. E 27% disseram que aceleraram o processo de digitalização, que agora está 100% implementado.
No geral, a perspectiva foi de um cenário de recuperação, até o final de 2020. Para 26%, o crescimento já havia sido acima do esperado, 35% já haviam conseguido voltar ao ritmo de negócios de antes da pandemia e 55% estavam confiantes em fechar o ano cumprindo a meta estipulada.