Cada vez mais ativos nas redes, os influenciadores acima de 50 anos, os chamados boomfluencers, vêm ampliando sua popularidade e entrando no mapa das marcas no mundo e no Brasil. Pesquisas mostram que eles ganham relevância na produção de conteúdo, ao passo que uma audiência também madura e crescente segue consumindo mais pelos meios digitais.
Lá fora, pesquisa do site britânico The Hustle, que aponta tendências de negócios, fez um recorte mostrando que pessoas de 45 anos ou mais representam agora 17% das visualizações de vídeos do YouTube — um aumento de 55% entre o segundo semestre de 2019 e o primeiro de 2020.
Por aqui, o mapeamento “Influenciadores Digitais Maduros”, da Silver Makers, consultoria de marketing especializada no segmento, identificou cerca de 300 influenciadores digitais com esse perfil, com mais de 3 mil seguidores. O levantamento foi lançado no primeiro semestre deste ano.
Eles estão principalmente no Instagram (42%), seguido de Facebook (26%) e YouTube (16%). Entre os perfis identificados estão as populares Avós da Razão, a ex-BBB Ieda Wobeto e o ex-executivo de marketing Dimas Moura.
Segundo o report, 84% dos boomfluencers são mulheres, e os temas predominantes abordados por esse grupo são longevidade, estilo de vida, moda e saúde. Já os homens (16%) geram mais conteúdos relacionados a temas objetivos, como finanças.
Embora marcas já tenham iniciado trabalhos com esse perfil de creator, o report aponta que a monetização ainda é tímida, o que indica um campo de oportunidades pouco explorado para patrocinadores. “Muitos deles responderam que já firmaram parcerias comerciais com marcas importantes”, diz a pesquisa. No entanto, “falta a percepção das marcas sobre o tamanho da influência que eles exercem no público maduro.”
Maduros compram mais online
Potencial de consumo não falta. Outro levantamento aponta que, durante a pandemia, a digitalização do consumo foi altamente acelerada entre a audiência madura, que está comprando mais do que a média pela internet.
O dado consta no Painel TIC COVID-19, realizado entre junho e julho deste ano, com cerca de 95 mil brasileiros acima de 16 anos. No geral, 66% dos usuários de internet respondentes disseram ter comprado produtos e serviços pela internet desde o início da pandemia. Na faixa etária entre 45 e 59 anos, este índice sobe para 69%. Também para os acima de 60 anos, a taxa de consumidores é acima da média: 67%.
A pesquisa usa a mesma base amostral do levantamento TIC Domicílios, do Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação), que mapeia o comportamento online e uso de tecnologias da informação e comunicação no país.