O segmento de turismo foi drasticamente afetado pela pandemia. Após um ano de covid-19, a retomada do hábito de viajar como era antes ainda está num horizonte distante, com as pessoas reconsiderando o que desejam vivenciar quando podem sair de casa por alguns dias. Que novos hábitos surgem desse cenário e como ele impacta ações e conteúdos de marcas?
O relatório “The Future 100: 2021 – Tendências e Mudanças a Serem Observadas em 2021”, lançado em janeiro pela Wunderman Thompson Intelligence, dedica ao futuro do turismo 10 tendências observadas entre 100, que devem marcar o ano. Em linhas gerais, o documento aponta que, se no curto e médio prazos não será possível aproveitar as viagens sem restrições, a tendência é que as pessoas busquem experiências mais significativas e conexões profundas.
Veja três tendências do segmento de turismo que devem marcar 2021, gerando movimentos relevantes para marcas:
1. Viagem multigeracional
Após meses sem poder se encontrar sem restrições, famílias estão optando por passar férias juntas, fazendo o núcleo pais/filhos ser ampliado na hora de planejar os passeios, com a inclusão de avós e outros familiares no grupo. Além disso, com os círculos sociais reduzidos, tirar férias em família tornou-se uma opção menos arriscada do que explorar novos destinos na pandemia.
O relatório cita uma pesquisa com 440 consultores de viagens norte-americanos realizada pela MMGY Myriad e Travel Market Report, que aponta que 40% dos clientes se mostram extremamente ou muito interessados em viagens multigeracionais. Com isso, cresce a procura por locação de imóveis de temporada, em detrimento de outras acomodações com serviço completo. Isso gera oportunidades para as marcas criarem facilidades a esses grupos e produzirem conteúdos que se aproximam de públicos de diversas idades ao mesmo tempo.
2. Passeio na bolha
Os turistas do pós-pandemia estão escolhendo destinos próximos de casa, promovendo a revitalização de destinos que antes eram pouco valorizados. “Os viajantes estão redescobrindo destinos em seus próprios quintais em vez das exóticas viagens para locais distantes”, diz o documento. Captando essa tendência, o UOL Content_LAB produziu um Guia de Destinos próximos de quatro capitais, para a Hotéis.com.
O relatório da Wunderman destaca dados do Airbnb, que identificou um disparo nas reservas em feriados, em um raio de 320 km (200 milhas) das casas dos locatários. Enquanto em fevereiro de 2020, o crescimento foi de 34%, em maio do mesmo ano foi para 50% nos EUA. Além disso, há uma clara migração do transporte aéreo para o terrestre no turismo, situação que gera novas demandas de produtos e experiências, onde marcas podem encontrar pontos de contato.
3. Tour monitorada
Mais do que viajar hiperconectadas às redes sociais, as pessoas estão buscando informações de segurança, saúde e sustentabilidade sobre os lugares para onde vão. Os aplicativos de transporte e viagens estão fornecendo aos usuários dados para monitorar trajetos e destinos. Novas funcionalidades dos apps aconselham as pessoas sobre casos de covid de covid-19 por região.
Em Londres, o Transport for London incluiu recursos voltados para a saúde em seu aplicativo Go, que incluem informações para ajudar as pessoas a evitar trens lotados e oferece opções de caminhada e ciclismo nas proximidades. Segundo o relatório, esse território abre oportunidades de comunicação: “à medida que os consumidores ficam mais conscientes do impacto de suas escolhas de transporte não apenas em sua própria saúde, mas também na do planeta, eles esperam que as marcas de mobilidade os ajudem a tomar melhores decisões com informações.”