Por mais um ano, o digital teve um peso maior nos resultados da Black Friday, confirmando que hábitos adquiridos durante a pandemia foram incorporados na jornada de consumo do brasileiro, mesmo com a reabertura das lojas físicas. A constatação é da Pesquisa Pós-Black Friday 2021, feita pela área de Pesquisa e Audiência do UOL, em parceria com a MindMiners, entre os dias 30 de novembro e 6 de dezembro de 2021, com uma amostra de 800 pessoas, nível Brasil.
Segundo a sondagem realizada online, 59% dos respondentes que consumiram na data disseram ter comprado apenas por meios digitais em 2021. No ano passado, foram 66%. Isso demonstra que, apesar da reabertura do comércio ter impactado no número, a maioria segue preferindo o meio digital para compra na data. O preço foi o maior motivador para o consumo no digital para 77% dos pesquisados, seguido da comodidade (54%), variedade de produtos (53%) e evitar aglomerações (36%).
Outros 24% declararam que fizeram compras pela internet e também em lojas físicas, uma alta de 5 pontos percentuais em relação a 2020. O dado chama a atenção para a ascensão da multicanalidade da jornada de compra, tendência que tem sido observada pelas marcas do varejo, com força para seguir em 2022. Já o número de pessoas que compraram somente em lojas físicas ficou estável em 17% (alta de 1 ponto).
O cenário econômico segue influindo na decisão dos consumidores. Entre os entrevistados, 44% declararam terem feito compras na Black Friday este ano (entre a audiência do UOL, foram 60%). É uma queda em relação a 2020 quando 48% compraram (51% no UOL). Entre os que não consumiram, as justificativas relacionadas ao bolso lideram: 37% dizem que estão contendo gastos, 32% não acharam os descontos atrativos ou consideraram abaixo do esperado.
Novas categorias se destacaram, ganhando mais representatividade na data, antes muito focada em produtos eletrônicos e eletrodomésticos. Os produtos mais comprados pelos respondentes este ano foram de moda e acessórios (34%), saúde, cosméticos e perfumaria (27%), alimentos (23%), eletrônicos (22%) e livros, apostilas e assinaturas (22%).
Isso pode ser interpretado a partir da observação de dois movimentos simultâneos. De um lado, a digitalização estimulou compras online de bens de consumo, pertencentes a categorias que antes eram de menor destaque na Black Friday. Somado a isso, o contexto econômico, de contenção de gastos, impacta na decisão de compra, levando o consumidor a frear o consumo de bens duráveis.
O shopstreaming, como estratégia de geração de experiências de entretenimento atreladas a vendas, seguiu forte nas ações das marcas nesta Black Friday este ano. E as lives patrocinadas ampliaram seu alcance. Segundo a pesquisa, 23% dos respondentes disseram ter assistido a alguma live relacionada à Black Friday (alta de 5 pontos percentuais em relação a 2020), sendo 37% entre o público do UOL (alta de 12 pontos).
Varejistas que investiram nesse tipo de estratégia foram alguns dos mais citados pelos respondentes em suas compras. Os respondentes que assistiram a alguma live patrocinada citaram Americanas (39%), Magalu (19%) e Casas Bahia (4%). E as lojas que lideraram a escolha dos consumidores na Black Friday 2021 foram Americanas (44%), Magalu (26%) e Amazon (25%).