Clóvis Souza, fundador e CEO da Giuliana Flores, diz não ser um grande conhecedor de marketing. Mas foi uma tacada digna de estrategista da área que ajudou a sua então pequena floricultura a se tornar referência no comércio eletrônico de flores e presentes. Em 2003, três anos após levar as vendas da sua loja para a internet, conseguiu firmar uma parceria com o Bradesco para veicular nas faturas do cartão de crédito uma mensagem de promoção exclusiva para clientes que realizassem compras no site da Giuliana Flores. Em um único movimento, viu suas vendas explodirem. “Foi muito mais do que dobrar ou triplicar. Foi bombástico. De 1 para 500”, afirma.
Clóvis conta que desde o início do negócio perseguia o objetivo de estar dentro das comunicações de outras marcas. “Não tinha dinheiro para fazer campanha de marketing”, afirma. A ideia atendia a uma dupla função: divulgar a Giuliana Flores para o maior número de pessoas, e receber a chancela de marcas já estabelecidas para o seu produto. “O meu pensamento principal era valorizar a minha marca. Se monstros do mercado acreditarem na Giuliana Flores, os clientes também vão.”
Como essa primeira grande parceria foi possível? “Com muita insistência. Isso tudo foi fechado por telefone”, afirma. A loja virtual contava com a estrutura de uma floricultura de 32m² em São Caetano, no ABC Paulista. “Para mim aquilo foi um troféu. Até hoje tenho essa fatura guardada.” Após a parceria com o Bradesco, as portas se abriram, a empresa cresceu e a marca passou a se associar com outras empresas de porte como Itaú, Porto Seguro, VR e até UOL.
“Parceria é o nome da Giuliana Flores. Nós nascemos e somos o que somos devido às parcerias que temos. É um formato benéfico em que oferecemos descontos e vantagens para comprar com a gente.” No caso do UOL, tanto clientes do Clube UOL como funcionários têm acesso às promoções. “Somos parceiros de longa data.” A floricultura também se associa com marcas de produtos que formam as cestas de presentes, como a Kopenhagen, Havanna, Ofner, Godiva, Lindt, entre outros.
Hoje, há 18 anos estabelecida no comércio eletrônico, a Giuliana Flores investe forte em campanhas de marketing digital para datas especiais, e em dados. Somente para o Dia da Mulher, a estratégia online ajudou a ampliar as vendas em 52% em relação ao ano passado. “O nosso produto é muito mais difícil de vender do que tênis ou televisão. Eu tenho que descobrir o momento da pessoa para vender flor. Por isso, a nossa equipe testa novos produtos, todos os meses. Tem todo um estudo em cima da nossa base, de análise de perfil dos nossos clientes”, afirma.
O momento atual da Giuliana Flores é de expansão para além do online. A ideia é aportar nos shoppings. Com uma rede que já tem 12 lojas em São Paulo, o objetivo é chegar às 16 unidades em abril. “A gente acredita muito que o mundo físico apoia o virtual.”
Minibio
Clóvis Souza, 47, é fundador e CEO da Giuliana Flores. Ele aprendeu o ofício de florista aos dez anos na floricultura de uma tia. Montou sua própria loja de flores, aos 19, em 1990. O negócio passou a vender flores pela internet em 2000. Após parcerias com grandes marcas, tornou-se referência nacional no comércio eletrônico de flores e presentes