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Tecnologia a serviço de pessoas: as mudanças do mercado publicitário em 2018

Imagem: Renata Gama/UOL AD_LAB

Flávia da Justa, Gustavo Ferro, José Saad Neto, Antonio Pinheiro e Luis Eduardo Soutello em debate no Rio

A transformação digital, que chegou ao coração dos negócios das marcas, guiou a inovação no mercado publicitário em 2018, segundo a curadoria da rede de conhecimento GoAd Media apresentada no evento “Creative & Innovation Insights”, realizado pelo Grupo de Mídia do Rio na sexta-feira (14).

O tema, oferecido pelo UOL AD_LAB, contou com o painel de José Saad Neto (head de insights da GoAd) e foi debatido por Flavia da Justa (diretora de marketing da Oi), Gustavo Ferro (gerente executivo de comunicação da Petrobras Distribuidora), Luis Eduardo Soutello (diretor geral de negócios da DPZ&T RJ) e mediado por Antonio Jorge Alaby Pinheiro (presidente do Grupo de Mídia do RJ).

Veja alguns dos principais insights gerados na conversa:

Indústrias se transformam em plataformas de serviços

Na visão de João Saad Neto, há uma tendência mundial de as indústrias se transformarem em plataformas de serviços. Isso já impacta profundamente as relações das marcas com seus públicos. Ele cita o exemplo da Volvo, que lançou este ano o serviço de assinatura de carros. Com uma mensalidade, o veículo fica disponível para uso. “O serviço passa a ser o core de negócios numa indústria que sempre foi pautada por produto. Nesse contexto de plataformas, os serviços passam a ser tão importantes quanto produtos.”

Conexão é oxigênio para as próximas inovações

Olhando para onde aponta a evolução tecnológica, as tendências levam a produtos e serviços relacionados a internet das coisas (IoT), realidade aumentada, reconhecimento facial.  Nesse cenário, uma conexão rápida via internet se torna vital.

“Quando a gente olha para as mudanças dos devices, é uma enorme oportunidade para a nossa indústria, porque o oxigênio para a internet das coisas, para a realidade aumentada ou outras inovações é a conexão. O que a gente tem que entender daqui para frente é como dar um passo para ter mais relevância”, afirma Flavia da Justa, da Oi. Segundo ela, a empresa tem projetos de IoT, principalmente para o B2B, pensando na questão das câmeras e do reconhecimento facial focado em segurança.

Foi-se o tempo de se falar em “consumidor”

Para Luis Eduardo Soutello, da DPZ&T RJ, está claro que o modelo de publicidade que visa apenas o consumo está em declínio. “A palavra ‘consumidor’ quase não apareceu nesta conversa e eu acho isso espetacular. A gente nasceu e cresceu tentando vender coisas para as pessoas e as tratando como consumidoras. Esse tempo acabou. As marcas têm que buscar relacionamento, empatia, conexão, proximidade. Porque as pessoas são pessoas. Elas estão consumidoras em algum momento, mas não são consumidoras. O consumo não as define. E esse relacionamento que as marcas possibilitam é que vai fazer a diferença.”

Marcas estão assumindo suas responsabilidades

O caso do reposicionamento da Petrobras Distribuidora é ilustrativo, segundo Gustavo Ferro (Petrobras Distribuidora), ilustra como a indústria tem buscado se responsabilizar sobre os impactos sociais que causa. “O sistema Petrobras passou por um momento recente de buscar ressignificar a sua marca, e de fato ficou muito claro até onde é nosso propósito, enquanto distribuidor de combustível fóssil no contexto social”, afirma.

A abertura de capital da BR Distribuidora há um ano, segundo ele, foi um momento em que isso foi posto à prova ao ser amplamente noticiado. “Passa por esse escrutínio da sociedade como um todo. E o nosso posicionamento tem a ver com o que a empresa é e o que se propõe a entregar para a sociedade. As ações de publicidade não diretamente atreladas a produtos e serviços ficam mais claras quando se sabe o significado delas para a marca.”


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