Vítor diCastro, ator e influencer, ficou famoso na internet por suas esquetes de humor sobre astrologia durante a pandemia. Criador do canal “Deboche Astral”, no YouTube, ele contabiliza mais de 6 milhões de seguidores em suas redes. E, com isso, ganhou também as telas da TV, participando de programas de entretenimento. Mas esse sucesso não foi um golpe de sorte. Ele conta que, desde o início, a profissionalização da produção com foco em conteúdo de qualidade foi determinante para conquistar público e marcas parceiras.
“Quando percebi que marcas podiam pagar para fazer conteúdo para elas, entendi que, se eu ofereço um produto barato, não posso cobrar caro. Foi uma conta de negócio. Entendi que se eu gravasse com a melhor câmera, ótima captação de áudio, cenário e roteiro, as pessoas que estão assistindo podem não ter uma leitura técnica, mas sabem que é um conteúdo de qualidade”, afirma.
E, assim, o ator com diploma de especialista em humor, que por muito tempo encontrou dificuldades para conquistar papéis nos palcos, decidiu investir na internet quando as oportunidades se fecharam de vez durante a pandemia. De forma profissionalizada, em parceria com o marido Vinícius Cordeiro, jornalista, fotógrafo e editor, Vitor lançou seus primeiros vídeos. Logo, caiu no gosto do público e atraiu marcas. “Nas primeiras publicidades que fiz, melhorei meu equipamento, depois, troquei computador, até chegar ao ponto de alugar uma casa e reformar para fazer um cenário.”
O conteúdo de qualidade, segundo ele, é determinante para que creators e influencers sigam relevantes para seus públicos. E, na relação com marcas, para que a produção faça sentido, é preciso haver um match. “A marca tem de estar minimamente alinhada com o que eu acredito”, afirma. “Porque se você aceitar qualquer coisa, todo mundo entende que você é qualquer coisa. O meu rosto é uma marca, e eu cuido para que não esteja atrelada com outras que não tenham nada a ver.”
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Para isso, é importante que influenciadores tenham filtros delimitados muito claramente, segundo Vitor. “Eu, por exemplo, sempre vou propor conteúdo mais representativo possível, que não seja preconceituoso, com uma linguagem que chegue em mais gente. Eu quero que seja impecável. Para isso, meu filtro é que eu goste da marca e que ela não tenha um lado problemático. Não vou trabalhar com empresas que apoiam governos fascistas, ou usam mão de obra análoga à escravidão. Só tenho a perder se me conectar com uma marca queimada no mercado.”
O formato mais produtivo e criativo de parceria de publicidade, para Vitor, é o de cocriação. “É o processo mais saudável, porque a marca não está comprando só um espaço de mídia, ela quer a minha criação. Se você me deixar livre, eu sou a melhor pessoa para dizer o que vai funcionar com o meu público. Ajuda muito quando existe essa visão. Mas, quando se chega com faca no pescoço, isso esmaga a criatividade.”
Se o match acontece, a receptividade da audiência corresponde. “Hoje as pessoas entendem que a publicidade ajuda o influenciador. E, quando existe liberdade para fazer algo que o público queira assistir e consumir, mesmo que seja propaganda do início ao fim, todo mundo ganha: o influenciador cria a campanha, a marca fica feliz que as informações foram entregues, e os seguidores comemoram o fato de o influenciador estar vencendo na vida.”
