Com a digitalização que se acelerou na área da educação, o Instituto Ayrton Senna (IAS) entendeu que é momento de se reposicionar. Além do trabalho que realiza há 27 anos, contribuindo com políticas públicas para capacitação de educadores, agora também investe em inovação tecnológica para ampliar seu alcance, segundo Roberto Campos de Lima, VP de Expansão e Relações Institucionais do IAS.
“O instituto passa por um reposicionamento estratégico para que cresça em canais diretos digitais, sem que seja somente por intermediação de redes públicas. Mas que a gente possa alcançar individualmente professores e estudantes”, afirma.
O primeiro grande passo para isso é o lançamento da Plataforma Humane, que busca orientar professores de todo o país, das redes públicas e privadas, para o desenvolvimento profissional e pessoal. “Esse primeiro movimento é orientado ao professor, mas a tendência de médio prazo é que a gente possa oferecer algumas soluções também diretamente ao estudante. Com esse reposicionamento, visualizamos que, em 2025, metade do nosso atendimento se dará por meio de canais diretos”, afirma Roberto.
Criar essa conexão próxima com quem está na ponta da educação, ressalta ele, de maneira nenhuma afasta o Instituto Ayrton Senna da política pública. “Porque a educação brasileira já tinha desafios gigantescos que se amplificaram, e é necessário continuar atuando. Não se trata de uma coisa ou outra, mas de soma, para que a gente consiga alcançar mais professores e estudantes do que o instituto tradicionalmente já alcança, provendo qualificação não só no mundo físico como também no digital.”
Por isso, a Plataforma Humane foi planejada de forma a servir de ferramenta tanto para projetos de políticas públicas quanto para iniciativas individuais. “A potência gigante que nós entendemos ser possível alcançar com a Humane está na combinação. É trabalhar conectado à política pública de formação continuada do educador, que é absolutamente necessária. Mas também oportunizar ao educador individual que nos busque.”
De acordo com Roberto, a Humane nasce para ser um hub de desenvolvimento do educador. “Foi feita para que ele possa olhar para si mesmo, para sua formação continuada, e realizar um plano de desenvolvimento pessoal olhando para sua carreira e suas prioridades. A formação continuada desse educador é essencial, porque ele é um profissional que nunca para de aprender, e muitos deles seguem estudando ainda depois da aposentadoria.”
Para que a plataforma possa alcançar mais pessoas diretamente, é necessário aumentar a visibilidade da iniciativa, segundo Roberto. Num primeiro momento, a Humane foi lançada dentro dos projetos onde o IAS já atua. O próximo passo é abrir para mais pessoas. “Então a ideia é que na segunda onda de lançamento, neste mês, que a gente comece a trabalhar mais pesadamente nas mídias sociais e no digital, para que a gente possa atrair esses professores individuais também.”
Além disso, o IAS buscou um tema de interesse amplo, que atravessa a todos, independentemente de diferenças e regionalidades, para o primeiro programa lançado na plataforma. “A nossa decisão foi começar com o desenvolvimento socioemocional, porque todos nós e nossas crianças sofremos com o período de isolamento. Isso afetou de maneira importante a saúde mental das pessoas. Houve diversos casos de burn out no retorno, muitos casos de intolerância e violência nas escolas. E nossa opção por esse olhar mais transversal é por conta da urgência desse tema.” Segundo Roberto, o IAS realizou uma pesquisa em sua rede, que apontou que cerca de 70% dos estudantes sofrem de algum mal psicossocial.
“O que procuramos fazer foi criar um espaço que dialogasse com o educador, com uma experiência única, para que a gente pudesse promover o desenvolvimento socioemocional dele, porque falava-se muito do desenvolvimento socioemocional do estudante. Mas estamos falando de adultos que sofreram e estão lidando com crianças que também estão passando por esse problema.”