Com um discurso em defesa da responsabilidade na propaganda para o combate do que chama de “publicidade fake”, o advogado e jornalista João Luiz Faria Netto assumiu na quinta-feira (9) a presidência do Conar (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária). “Em tempos de fake news, nada melhor do que uma publicidade responsável para assegurar a liberdade daqueles que informam”, afirmou durante a cerimônia de posse. Ele substitui Gilberto C. Leifert, que esteve à frente da entidade por 20 anos.
Ao blog UOL AD_LAB, João Luiz disse que o Conar tem a missão de acompanhar as mudanças do mundo e da publicidade. O desafio do momento, segundo ele, é “impedir que se crie um mundo da publicidade fake”, no qual anúncios são veiculados sem se caracterizar como propaganda. Especialmente num cenário de explosão de fake news, ele defende ainda que o mercado publicitário se empenhe na construção de um ambiente mais equilibrado e confiável para a comunicação das marcas. “Na medida em que se produz a publicidade correta, consequentemente você financia a possibilidade de que as notícias verdadeiras superem a mentira que corre nas mídias sociais.”
André Vinícius, diretor executivo de publicidade do UOL, também passou a fazer parte da estrutura do Conar para o biênio 2018-2020. Voz atuante no mercado publicitário, como defensor do brand safety e do combate às fake news, ele foi indicado pelo IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau) para integrar a câmara de mídias interativas no Conselho de Ética da instituição. André tomou posse ao lado de outros 48 novos nomes, entre profissionais de veículos de comunicação, anunciantes e agências de publicidade.
“O Conar consegue, com representantes de todas as disciplinas, manter as boas práticas para anúncios e veiculações publicitárias com eficiência e credibilidade, respeitando as questões éticas e legais, sem a necessidade de ações jurídicas. Para mim, participar desse grupo e poder contribuir é uma grande satisfação e um orgulho”, disse o executivo, que também é membro do Conselho do IAB Brasil, do Comitê Técnico Digital (CTD) do Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp) e vencedor do Caboré 2017, na categoria profissional de veículo.
Segundo André, o mercado passa por um momento de transformação rápida, o que é positivo, mas cria pontos cegos. “Cada vez mais a publicidade está integrada ao conteúdo, nem sempre de forma clara. Isso pode abrir lacunas para práticas duvidosas, seja por falta de referência ou por oportunismo. O desafio é a gente ter isso muito no radar, estar atento às mudanças do mercado e à transformação dos formatos.”
Hiram Baroli, gerente de operações comerciais do Grupo Folha, que também assumiu uma das cadeiras do Conselho de Ética do Conar, diz que os novos formatos de mídia, especialmente no digital, devem estar no foco das discussões. “A velocidade da internet e das plataformas digitais é muito rápida. Todo dia aparece um veículo novo, uma peça publicitária nova. Os caminhos que essa peça toma, de onde surge, até onde vai são muito incontroláveis especialmente com a mídia programática. Então é importante a regulamentação, ter controle e ética.”
