Networking|2 set, 2025|

Cynthya Rodrigues, da GMD: ‘Nostalgia dos anos 2000 ativa emoção antes da razão, e emoção vende’

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Débora Yuri - UOL para Marcas

O festejado retorno do Orkut, que promete ser uma das grandes histórias do ano. Relançamento de games clássicos, que mobilizaram gerações de comunidades engajadas. O novo design do iOS, da Apple, com efeito que homenageia o início do século (Liquid Glass). Todos esses movimentos provocaram uma onda de nostalgia dos anos 2000 — que está impactando o cenário digital e virando estratégia de marca.

A nostalgia do momento é a primeira que remete diretamente à transição do analógico para o digital, explica Cynthya Rodrigues, da área de business development da agência gamer GMD e professora da pós-graduação em game business da ESPM.

“Foi a década em que nos conectamos à internet discada, quando surgiram as primeiras redes sociais e os jogos online explodiram nas lan houses. A tendência tem um componente tech-nostálgico muito específico — celebra o design do Windows XP, os gifs dos blogs, o som da notificação do MSN”, diz. “É uma saudade do começo de tudo, com estética e linguagem próprias, que voltam agora atualizadas.” 

Além disso, foi a última fase pré-smartphone, em que a internet ainda tinha “tempo de espera”. “Isso gera um contraste romântico com a hiperconexão da atualidade.”

Orkut, MSN e gerações de tribos culturais 

Rodrigues costuma falar que estamos vivendo a primeira nostalgia 100% digital. Ela mesma experimentou esse rito de passagem: era adolescente quando ainda existiam MSN, fotolog e Orkut. 

“Quem cresceu nessa época tem hoje, mais ou menos, de 25 a 40 anos. Muitos ocupam cargos de liderança e encontram no digital um modo de revisitar uma etapa boa da vida. Não à toa, vemos hashtags como #Y2K ultrapassando milhões de views no TikTok”, observa. 

O público que embarcou na trend também é urbano, conectado e transita entre o consumo nostálgico e o de inovação. Embora o movimento seja global, o Brasil tem uma particularidade. No país, comunidades digitais como as do Orkut e de games como Gunbound e Ragnarok tornaram-se quase tribos culturais. 

“Por isso, esse resgate tem um apelo ainda mais emocional por aqui”, afirma a professora. “Ele traz leveza, humor e proximidade, algo poderoso em tempos de excesso de informação. A nostalgia dos anos 2000 ativa emoção antes da razão. E emoção vende.” 

Inovação afetiva contra a superficialidade algorítmica

Além de despertar emoções verdadeiras, a nostalgia cria pontes entre passado e presente, daí ter virado uma ferramenta estratégica para as marcas, ela acrescenta. Quando utilizam esse recurso com propósito, diálogos relevantes são retomados — e isso aumenta a chance de se destacar em meio ao excesso de estímulos e à superficialidade algorítmica. 

“É possível gerar identificação genuína reativando comunidades altamente engajadas, que têm laços profundos com determinados produtos, plataformas ou experiências”, completa Rodrigues. “O ‘efeito memória’ cria engajamento orgânico e alto potencial de viralização. Quando uma marca estimula lembranças positivas, ela cria pertencimento.”  

As oportunidades abertas vão desde reposicionar produtos com forte vínculo emocional até lançar ativações com storytelling que resgate elementos icônicos dos anos 2000, ela cita. Outras frentes são a cocriação com comunidades engajadas e iniciativas que mesclam o vintage e o digital. “Marcas que entenderem esse movimento como uma janela de inovação afetiva podem obter relevância de forma natural e duradoura.”

No universo dos games, comunidades reativadas 

Para os games Gunbound, Ragnarok Online e Lineage 2, a GMD não apenas comunicou o relançamento, mas também desenvolveu ativações que reacenderam o sentimento de comunidade. Foram criadas campanhas 360° envolvendo mídia, conteúdo e ações com influenciadores nativos desses jogos. 

A agência trabalhou ainda o resgate das estéticas originais, com um toque de modernidade, e promoveu reencontros entre jogadores históricos. A ideia central era reforçar o valor emocional que os títulos carregam. 

Entre os resultados obtidos, houve aumento de tráfego nas plataformas, reengajamento de ex-players e crescimento da base ativa. 

“As marcas precisam agregar valor sem buscar protagonismo e evitar o oportunismo. Nostalgia é um território emocional — exige sensibilidade”, recomenda a especialista da agência. Quando bem ativada, porém, ela deixa de ser passado e assume o papel de ponte para o futuro. “Ao mesmo tempo, também é um sentimento coletivo e confortável de voltar para casa.” 

O poder do espírito 2K  

“Quando exploram a onda do afeto tech-nostálgico, as marcas oferecem pausa, profundidade e memória em meio a uma avalanche de conteúdo descartável. O ‘espírito 2K’ bem trabalhado traz uma sensação de familiaridade e confiança, como uma conversa com um velho amigo. Vemos isso em marcas como a Apple, com o novo visual Liquid Glass inspirado nos anos 2000, e em campanhas que usam estética retrô e elementos que remetem ao início da web social. O importante é ter um propósito claro e construir essa narrativa com coerência.” 

Cynthya Rodrigues, da área de business development da agência gamer GMD e professora da pós-graduação em game business da ESPM

O UOL conecta cada pessoa ao seu universo e cada marca ao seu target

Networking|2 set, 2025|

Cynthya Rodrigues, da GMD: ‘Nostalgia dos anos 2000 ativa emoção antes da razão, e emoção vende’

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Débora Yuri - UOL para Marcas

O festejado retorno do Orkut, que promete ser uma das grandes histórias do ano. Relançamento de games clássicos, que mobilizaram gerações de comunidades engajadas. O novo design do iOS, da Apple, com efeito que homenageia o início do século (Liquid Glass). Todos esses movimentos provocaram uma onda de nostalgia dos anos 2000 — que está impactando o cenário digital e virando estratégia de marca.

A nostalgia do momento é a primeira que remete diretamente à transição do analógico para o digital, explica Cynthya Rodrigues, da área de business development da agência gamer GMD e professora da pós-graduação em game business da ESPM.

“Foi a década em que nos conectamos à internet discada, quando surgiram as primeiras redes sociais e os jogos online explodiram nas lan houses. A tendência tem um componente tech-nostálgico muito específico — celebra o design do Windows XP, os gifs dos blogs, o som da notificação do MSN”, diz. “É uma saudade do começo de tudo, com estética e linguagem próprias, que voltam agora atualizadas.” 

Além disso, foi a última fase pré-smartphone, em que a internet ainda tinha “tempo de espera”. “Isso gera um contraste romântico com a hiperconexão da atualidade.”

Orkut, MSN e gerações de tribos culturais 

Rodrigues costuma falar que estamos vivendo a primeira nostalgia 100% digital. Ela mesma experimentou esse rito de passagem: era adolescente quando ainda existiam MSN, fotolog e Orkut. 

“Quem cresceu nessa época tem hoje, mais ou menos, de 25 a 40 anos. Muitos ocupam cargos de liderança e encontram no digital um modo de revisitar uma etapa boa da vida. Não à toa, vemos hashtags como #Y2K ultrapassando milhões de views no TikTok”, observa. 

O público que embarcou na trend também é urbano, conectado e transita entre o consumo nostálgico e o de inovação. Embora o movimento seja global, o Brasil tem uma particularidade. No país, comunidades digitais como as do Orkut e de games como Gunbound e Ragnarok tornaram-se quase tribos culturais. 

“Por isso, esse resgate tem um apelo ainda mais emocional por aqui”, afirma a professora. “Ele traz leveza, humor e proximidade, algo poderoso em tempos de excesso de informação. A nostalgia dos anos 2000 ativa emoção antes da razão. E emoção vende.” 

Inovação afetiva contra a superficialidade algorítmica

Além de despertar emoções verdadeiras, a nostalgia cria pontes entre passado e presente, daí ter virado uma ferramenta estratégica para as marcas, ela acrescenta. Quando utilizam esse recurso com propósito, diálogos relevantes são retomados — e isso aumenta a chance de se destacar em meio ao excesso de estímulos e à superficialidade algorítmica. 

“É possível gerar identificação genuína reativando comunidades altamente engajadas, que têm laços profundos com determinados produtos, plataformas ou experiências”, completa Rodrigues. “O ‘efeito memória’ cria engajamento orgânico e alto potencial de viralização. Quando uma marca estimula lembranças positivas, ela cria pertencimento.”  

As oportunidades abertas vão desde reposicionar produtos com forte vínculo emocional até lançar ativações com storytelling que resgate elementos icônicos dos anos 2000, ela cita. Outras frentes são a cocriação com comunidades engajadas e iniciativas que mesclam o vintage e o digital. “Marcas que entenderem esse movimento como uma janela de inovação afetiva podem obter relevância de forma natural e duradoura.”

No universo dos games, comunidades reativadas 

Para os games Gunbound, Ragnarok Online e Lineage 2, a GMD não apenas comunicou o relançamento, mas também desenvolveu ativações que reacenderam o sentimento de comunidade. Foram criadas campanhas 360° envolvendo mídia, conteúdo e ações com influenciadores nativos desses jogos. 

A agência trabalhou ainda o resgate das estéticas originais, com um toque de modernidade, e promoveu reencontros entre jogadores históricos. A ideia central era reforçar o valor emocional que os títulos carregam. 

Entre os resultados obtidos, houve aumento de tráfego nas plataformas, reengajamento de ex-players e crescimento da base ativa. 

“As marcas precisam agregar valor sem buscar protagonismo e evitar o oportunismo. Nostalgia é um território emocional — exige sensibilidade”, recomenda a especialista da agência. Quando bem ativada, porém, ela deixa de ser passado e assume o papel de ponte para o futuro. “Ao mesmo tempo, também é um sentimento coletivo e confortável de voltar para casa.” 

O poder do espírito 2K  

“Quando exploram a onda do afeto tech-nostálgico, as marcas oferecem pausa, profundidade e memória em meio a uma avalanche de conteúdo descartável. O ‘espírito 2K’ bem trabalhado traz uma sensação de familiaridade e confiança, como uma conversa com um velho amigo. Vemos isso em marcas como a Apple, com o novo visual Liquid Glass inspirado nos anos 2000, e em campanhas que usam estética retrô e elementos que remetem ao início da web social. O importante é ter um propósito claro e construir essa narrativa com coerência.” 

Cynthya Rodrigues, da área de business development da agência gamer GMD e professora da pós-graduação em game business da ESPM

O UOL conecta cada pessoa ao seu universo e cada marca ao seu target

Networking|2 set, 2025|

Cynthya Rodrigues, da GMD: ‘Nostalgia dos anos 2000 ativa emoção antes da razão, e emoção vende’

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Débora Yuri - UOL para Marcas

O festejado retorno do Orkut, que promete ser uma das grandes histórias do ano. Relançamento de games clássicos, que mobilizaram gerações de comunidades engajadas. O novo design do iOS, da Apple, com efeito que homenageia o início do século (Liquid Glass). Todos esses movimentos provocaram uma onda de nostalgia dos anos 2000 — que está impactando o cenário digital e virando estratégia de marca.

A nostalgia do momento é a primeira que remete diretamente à transição do analógico para o digital, explica Cynthya Rodrigues, da área de business development da agência gamer GMD e professora da pós-graduação em game business da ESPM.

“Foi a década em que nos conectamos à internet discada, quando surgiram as primeiras redes sociais e os jogos online explodiram nas lan houses. A tendência tem um componente tech-nostálgico muito específico — celebra o design do Windows XP, os gifs dos blogs, o som da notificação do MSN”, diz. “É uma saudade do começo de tudo, com estética e linguagem próprias, que voltam agora atualizadas.” 

Além disso, foi a última fase pré-smartphone, em que a internet ainda tinha “tempo de espera”. “Isso gera um contraste romântico com a hiperconexão da atualidade.”

Orkut, MSN e gerações de tribos culturais 

Rodrigues costuma falar que estamos vivendo a primeira nostalgia 100% digital. Ela mesma experimentou esse rito de passagem: era adolescente quando ainda existiam MSN, fotolog e Orkut. 

“Quem cresceu nessa época tem hoje, mais ou menos, de 25 a 40 anos. Muitos ocupam cargos de liderança e encontram no digital um modo de revisitar uma etapa boa da vida. Não à toa, vemos hashtags como #Y2K ultrapassando milhões de views no TikTok”, observa. 

O público que embarcou na trend também é urbano, conectado e transita entre o consumo nostálgico e o de inovação. Embora o movimento seja global, o Brasil tem uma particularidade. No país, comunidades digitais como as do Orkut e de games como Gunbound e Ragnarok tornaram-se quase tribos culturais. 

“Por isso, esse resgate tem um apelo ainda mais emocional por aqui”, afirma a professora. “Ele traz leveza, humor e proximidade, algo poderoso em tempos de excesso de informação. A nostalgia dos anos 2000 ativa emoção antes da razão. E emoção vende.” 

Inovação afetiva contra a superficialidade algorítmica

Além de despertar emoções verdadeiras, a nostalgia cria pontes entre passado e presente, daí ter virado uma ferramenta estratégica para as marcas, ela acrescenta. Quando utilizam esse recurso com propósito, diálogos relevantes são retomados — e isso aumenta a chance de se destacar em meio ao excesso de estímulos e à superficialidade algorítmica. 

“É possível gerar identificação genuína reativando comunidades altamente engajadas, que têm laços profundos com determinados produtos, plataformas ou experiências”, completa Rodrigues. “O ‘efeito memória’ cria engajamento orgânico e alto potencial de viralização. Quando uma marca estimula lembranças positivas, ela cria pertencimento.”  

As oportunidades abertas vão desde reposicionar produtos com forte vínculo emocional até lançar ativações com storytelling que resgate elementos icônicos dos anos 2000, ela cita. Outras frentes são a cocriação com comunidades engajadas e iniciativas que mesclam o vintage e o digital. “Marcas que entenderem esse movimento como uma janela de inovação afetiva podem obter relevância de forma natural e duradoura.”

No universo dos games, comunidades reativadas 

Para os games Gunbound, Ragnarok Online e Lineage 2, a GMD não apenas comunicou o relançamento, mas também desenvolveu ativações que reacenderam o sentimento de comunidade. Foram criadas campanhas 360° envolvendo mídia, conteúdo e ações com influenciadores nativos desses jogos. 

A agência trabalhou ainda o resgate das estéticas originais, com um toque de modernidade, e promoveu reencontros entre jogadores históricos. A ideia central era reforçar o valor emocional que os títulos carregam. 

Entre os resultados obtidos, houve aumento de tráfego nas plataformas, reengajamento de ex-players e crescimento da base ativa. 

“As marcas precisam agregar valor sem buscar protagonismo e evitar o oportunismo. Nostalgia é um território emocional — exige sensibilidade”, recomenda a especialista da agência. Quando bem ativada, porém, ela deixa de ser passado e assume o papel de ponte para o futuro. “Ao mesmo tempo, também é um sentimento coletivo e confortável de voltar para casa.” 

O poder do espírito 2K  

“Quando exploram a onda do afeto tech-nostálgico, as marcas oferecem pausa, profundidade e memória em meio a uma avalanche de conteúdo descartável. O ‘espírito 2K’ bem trabalhado traz uma sensação de familiaridade e confiança, como uma conversa com um velho amigo. Vemos isso em marcas como a Apple, com o novo visual Liquid Glass inspirado nos anos 2000, e em campanhas que usam estética retrô e elementos que remetem ao início da web social. O importante é ter um propósito claro e construir essa narrativa com coerência.” 

Cynthya Rodrigues, da área de business development da agência gamer GMD e professora da pós-graduação em game business da ESPM

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