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Cecília Varanda, da Unilever: inovação permite ir muito além do sabão em pó

Imagem: Divulgação

Inovar é um trabalho contínuo e sistemático de ir além da lógica intangível da criatividade – própria do marketing e de produtos – para trazer o novo para o dia a dia do negócio, segundo Cecília Varanda, gerente de inovação da Unilever Brasil. Ela lidera há seis anos, desde o nascimento, o hub Garagem Unilever, que tem uma missão transversal de transformar a corporação a partir de dentro, com o intraempreendedorismo, e também a partir de fora, com a open innovation, no contato com startups.

“Eu me descobri intraempreendedora nesse processo, e me coloco como pessoa de inovação. É meu papel trazer essa visão de quebrar estereótipos de criatividade como algo intangível. O meu desafio tem sido trazer isso para o dia a dia como ferramenta. Mostrar que esse pensamento diferente está na nossa caixa de ferramentas. Inovação precisa de intenção, atitude, vontade de fazer diferente e até de se tornar vulnerável para aprender.”

Nessa jornada do Garagem Unilever, ela conta que os primeiros anos foram de um olhar menos focado no core business e mais voltado para as pessoas dentro da corporação, para incentivar o intraempreendedorismo. “Como entendemos que no início já tínhamos uma estrutura bastante robusta de P&D e de marketing, podíamos colocar um esforço adicional para olhar para uma camada incremental nas frentes que fugiam do core business”, afirma.

“Como nossa missão inicial foi de transformar pessoas, colamos muito com o time de RH para entender o que era necessário ao criar planos de desenvolvimento de liderança e de estagiários. Fazer o link de como se usa a potência da marca e da conexão com o ecossistema para esse desenvolvimento.” Segundo ela, esse momento trouxe resultados interessantes. Uma métrica clara é de que o percentual de pessoas promovidas foi maior entre os que passaram pelo programa de inovação.

Já a transformação a partir de fora vem pela open innovation, numa estratégia de afinar os radares e os pontos de contato com o ecossistema de startups. Ela conta que, mais recentemente, com a reestruturação da Unilever em cinco unidades de negócio –  Cuidados Pessoais, Beleza e Bem-Estar, Cuidados Com a Casa, Nutrição e Sorvetes – o Garagem Unilever passou a ir em descoberta de soluções inovadoras no mercado de empresas emergentes, a partir dores que cada unidade de negócio apresenta.

Um exemplo emblemático que une a inovação em intraempreendedorismo e open innovation, segundo ela, foi a criação de carrinhos elétricos para a Kibon. O desenvolvimento desses veículos, que nasceu de uma iniciativa interna da Unilever, esbarrou no problema de abastecimento de energia. “A Kibon estava codesenvolvendo com um parceiro os veículos, mas chegou no problema da infraestrutura. Quando a área chegou para a gente, fizemos chamadas externas em nosso programa de relacionamento, para dar o match.”

A participação em eventos de inovação, como Hacktown e Campus Party, é parte importante, como pilar de cultura e de construção dessa rede de relacionamentos com o ecossistema, segundo Cecília. “A gente lançou o Garagem Unilever para o mercado externo no HackTown do ano passado. Achamos que o festival tinha uma história parecida com a nossa, de hackear a cidade. E voltamos este ano.”

Segundo ela, a participação tem o objetivo institucional, de posicionamento corporativo, mas também de descoberta de oportunidades. “A ideia é mostrar que a gente não faz só sabão em pó, que a gente atua com inovação, conversa com públicos diferentes. E também abrir um portal com o ecossistema. E fazer isso com experiências de marca, junto a pessoas Unilever que se conectam e geram conexão com o ecossistema e uma rede de inovação.”

 


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