Posicionar as criptomoedas no mercado é um desafio tão grande que tem até Donald Trump como barreira. O presidente norte-americano, em mais uma polêmica no Twitter, criticou o bitcoin na semana passada. É esse cenário, cheio de desconfiança e desinformação, que Magda Cani, CMO da plataforma de arbitragem de criptomoedas Atlas Quantum, enfrenta todos os dias em sua missão de ajudar a empresa a crescer 400% até o fim do ano.
“O desafio é dobrado porque é um mercado cheio de desconhecimento. Somado ao objetivo de construir e criar imagem de marca e reputação, a gente também tem o de formar o mercado”, afirma a executiva.
O principal produto da empresa é o algoritmo Quantum, que monitora cotações em criptomoedas pelo mundo, vendendo onde está mais caro e comprando onde está mais barato. As operações são realizadas no próprio ambiente do software, que é conectado às corretoras.
Em pesquisa de mercado, a marca identificou que o perfil do potencial cliente é aquele que já investe e tem uma carteira diversificada, de três a cinco aplicações diferentes. Destes, apenas 2% já aderiram às criptomoedas, o que mostra um terreno amplo para crescimento dentro do perfil.
Com esse alvo na mira, a marca foi saber o que falta para as pessoas darem o passo em direção às criptomoedas. “A gente foi buscar as motivações de quem investe e viu que uma coisa básica para qualquer um é a necessidade de se sentir seguro e conhecer sobre o investimento. E isso é tudo que não se encontra no mercado cripto”, diz Magda.
Segundo ela, o assunto é ainda muito obscuro, e as informações disponíveis causam mais dúvida do que esclarecem. “Você encontra muita desinformação. As pessoas falam de tudo, tem players bem intencionados e mal intencionados. Num cenário de tecnologia novo, isso acaba gerando uma armadilha para marcas.”
Diante disso, a Atlas Quantum assumiu para si a tarefa de ser referência em informação e conteúdo sobre o assunto. “Para a gente crescer, precisa informar as pessoas, levar o conhecimento até elas. Então, enquanto estratégia de comunicação, optamos por seguir uma linha educativa.”
Com um plano em 360º, a Atlas Quantum foi para a TV aberta como primeiro anunciante em cripto do mercado, para gerar awareness e consideração. Nas demais etapas do funil, o conteúdo se aprofunda. “A gente trabalha uma frente de branded content com os principais portais de internet, para construir conteúdo relevante na jornada do cliente.”
A marca mapeou jornadas que levam em conta perfis de investidores iniciantes, intermediários e avançados. “Considerando esses três perfis, a gente busca através de ferramentas de pesquisas quais são as principais dúvidas e cria uma pautas com os portais, que além de produzirem os conteúdos, ajudam a contextualizar.”
De acordo com Magda, o conteúdo de marca nos veículos de notícia traz claros retornos em performance. “Não temos nenhuma dúvida de que o branded content é fundamental para nossos resultados de negócios, e estamos ampliando cada vez mais essa estratégia. Porque eu uso a autoridade do portal, que ajuda a traduzir o assunto, e ao mesmo tempo não estou impactando o consumidor num momento inadequado.”
Para dar suporte ao crescimento, foi necessário reforçar as equipes. “A gente teve de fazer planejamento para sustentar acessos maiores, viu se tinha equipe jurídica do tamanho necessário para validar os cadastros. Tem de ter um trabalho coordenado entre todas as áreas, porque se aumentasse o interesse sem conseguir atender, seria ruim.”
Minibio
Magda Cani é graduada em comunicação com ênfase em marketing pela ESPM, tem MBA em gestão de negócios pela FGV e duas especializações em Stanford. Iniciou a carreira na Gad Branding e Design, onde chegou a diretora de contas. Passou por Rede 106, Claro e LATAM Airlines, onde foi Head of Media and Content. É CMO da Atlas Quantum desde setembro de 2018.