A comunicação audiovisual com o consumidor de luxo segue uma lógica própria. Dar mais destaque a detalhes das peças do que a modelos em tela engaja mais, de acordo com o estudo “Luxury Creative Video Insights”, elaborado pela VidMob, plataforma de inteligência criativa. O estudo analisou elementos visuais em anúncios no LinkedIn.
O levantamento analisou principalmente as cenas de abertura dos vídeos publicitários e seu impacto na performance da campanha. E descobriu que, durante os primeiros três segundos, a presença dos logos, como o C duplo da Chanel, o DG da Dolce & Gabbana ou o cavalo da Ferrari, aumenta em 460% a visualização completa da campanha em relação a vídeos que apresentam um modelo ou celebridade na primeira cena.
Isso também vale em relação à combinação de pessoas com os produtos. Focar apenas no item de luxo nos primeiros três segundos é mais eficaz do que combiná-lo com modelos desde o início, o que representa uma alta de 116,55% na visualização total do vídeo. Dessa forma, segundo o mapeamento, faz sentido que os próprios objetos de luxo protagonizem as narrativas das campanhas.
Além disso, detalhes são mais significativos e impactantes do que os itens inteiros nas primeiras cenas. Quando no foco estão a tampa de um perfume Dior ou os botões de um casaco Burberry, isso aumenta a performance em 242%, se comparada a vídeos que apresentam uma visão completa dos produtos.
“O mercado de luxo tem suas próprias particularidades e sutilezas, assim como os consumidores. A escolha dos elementos da campanha, como a colocação de produtos, a paleta de cores, a musicalidade e o ritmo, impacta diretamente as métricas de desempenho de vendas e de awareness”, afirma Miguel Caeiro, Head Latam da VidMob
Para o estudo, foram analisados 2.300 anúncios e mais de 120 milhões de impressões em campanhas publicitárias voltadas para clientes do mercado triple A no LinkedIn. O estudo identifica que o mercado de luxo tem apostado cada vez mais em lançar campanhas na rede social corporativa, por ter se tornado vitrine global de profissionais bem-sucedidos e fazer parte da jornada de compra de consumidores qualificados.
Outros achados mostram que os tons de cor frios, como o azul, são mais atrativos para o comprador de luxo. Seu uso representou um aumento de 27% em relação à média de visualização total dos vídeos. “Isso pode estar relacionado aos visuais calmantes que essas cores frias representam, como cenas de neve, azul gelado, céu, atividades ao ar livre, azul como cor da noite”, analisa o estudo.
Além disso, o ritmo de edição da peça publicitária também impacta na entrega de resultados: uma ou duas mudanças de cenas nos primeiros três segundos de vídeo aumenta em 8% o número de vezes que a campanha é vista por completo no LinkedIn. “O tempo de visualização aumenta porque a duração da cena impacta na qualidade da narrativa e, consequentemente, no engajamento do usuário.”