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Febre de realities passou com a pandemia? Estudo mapeia audiência que fica 

Imagem: Andres Ayrton/Pexels

Uma audiência fervorosa abraçou os reality shows em 2020 e 2021, anos marcados pelo pico da pandemia e pelo distanciamento social. Agora, com a covid-19 em níveis controlados e o retorno das atividades presenciais, o grande furor passou. Mas fica uma audiência interessada e identificada com os participantes, segundo mostra o estudo “Os Reality Shows 2022”, realizado pela MindMiners.

De acordo com a pesquisa deste ano, 55% dos respondentes declararam que assistem a reality showsNo estudo feito em 2021, esse público correspondia a 89%, pico explicado pela função de alívio que esses programas exerceram na crise pandêmica. O recuo atual demonstra a passagem desse momento. “Os reality shows foram impulsionados pelo tédio dos brasileiros no começo da pandemia, em 2020”, diz o estudo. A MindMinerss conversou com 1.000 pessoas de todos os gêneros, idades e regiões do Brasil.

Mas o público que segue acompanhando reality shows se mostra mais engajado do que antes. “Quem permaneceu nessa onda tem suas preferências muito bem definidas”, diz a pesquisa. A frequência deu um salto. Enquanto em 2021, 25% disseram ver esse tipo de programa com regularidade, este ano, 60% declararam assistir a realities diariamente; 56% entre cinco e seis dias da semana e 19 %, entre três e quatro dias da semana.

Para a maioria dos respondentes que assistem, os reality shows são sinônimo de entretenimento. Entre os respondentes, os programas são alternativas interessantes para se divertir (56%) e passar o tempo (60%). Além disso, parte da audiência vê realities para observar o comportamento humano (36%), para se manter antenado nos assuntos do momento (19%) e para aprender (15%).

Identificação e influência

A pesquisa revela ainda o potencial de identificação da audiência dos realities com os participantes. Entre os entrevistados, 51% concordam que sempre que acompanham um reality show, se identificam com um ou alguns participantes. Além disso, 53% dizem que já refletiram sobre hábitos e comportamentos de participantes.

Uma parcela significativa continua atenta aos ex-participantes. Segundo a pesquisa, 37% dos respondentes dizem que acompanham a vida dos participantes após o fim do programa, e 34% dizem que seguem os ex-participantes nas redes sociais até mesmo após o reality.

Também há aderência a ações de marca depois do programa, com esses influenciadores: 41% gostam de ver ex-participantes em comerciais e propagandas e 30% dos respondentes dizem que já se inspiraram em roupas e acessórios de participantes de reality shows.

A pesquisa ainda mapeou a expansão do formato nas plataformas digitais. “A internet possibilitou novas formas de assistir a estes programas, através das interações e grupos em redes sociais, sites e serviços de streaming”, diz a pesquisa. A maioria (67%) assiste aos programas em TV aberta, mas chama a atenção as parcelas que acompanham realities em canais digitais: 41% pelas redes sociais e 41% pelo streaming.

Os reality shows mais populares em TV aberta ou fechada são: Big Brother Brasil, com 81% das menções; The Voice Brasil (57%) e MasterChef Brasil (57%). Já nas plataformas digitais, os mais vistos são Casamento às Cegas (41%); The Circle Brasil (28%) e Soltos em Floripa (28%).

Chamam a atenção as parcelas que citaram web realities, como Reality Me Poupe? (20%), Corrida das blogueiras (19%) e Qual é o próximo youtuber de sucesso? (16%). Isso mostra o potencial do formato para a produção fora das grandes redes de televisão.


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