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Consumer Vision 2035: marcas terão de ir além das tendências para prevê-las 

Imagem: Reprodução/Dentsu

Na próxima década, as marcas mais capazes de prever movimentos, desejos, necessidades e tendências de comportamento, ao invés de apenas mapeá-los, serão as mais bem-sucedidas em suas estratégias, segundo o prognóstico global “Consumer Vision 2035”, da Dentsu. O relatório identifica quatro forças que movem a inovação, para apontar 12 frentes de disrupção. 

As marcas precisam começar a lançar as bases agora para se preparar para o futuro, desenvolvendo e adotando as capacidades preditivas e os comportamentos antecipatórios necessários para se diferenciar e crescer nesta nova era”, diz o documento que consultou 12 especialistas e entrevistou 30 mil consumidores pelo mundo.

De acordo com o levantamento, 78% dos respondentes dizem que até 2035 querem que assistentes de inteligência artificial verifiquem anúncios e promoções que recebem. E três em cada quatro dizem que são bem-vindas as marcas que antecipam ou preveem o que querem e precisam, oferecendo proativamente produtos e serviços relevantes e úteis.

Conheça as quatro forças apontadas pelo relatório:

Delegar rotinas ao digital

As pessoas irão cada vez mais terceirizar de bom grado sua autonomia para as máquinas em troca de um ambiente personalizado e protetor. A maioria dos entrevistados (70%) acredita que a IA estará presente na maior parte das atividades cotidianas daqui a 10 anos. E 49% dizem que gostariam de ter um clone de IA para cuidar de suas tarefas de compras, administração e comunicação.

A partir daí, o estudo prevê três movimentos. Um deles é que, à medida que os consumidores terceirizam suas tarefas para a IAs, passarão a confiar somente em máquinas para ter suporte. O segundo é que a realidade de cada um será personalizada por uma tecnologia organicamente incorporada à vida. Terceiro: as pessoas tenderão a desenvolver empatia por máquinas. 

Novos paradigmas de poder

Nas últimas décadas, a humanidade passou a rever paradigmas socioeconômicos e culturais. E esse movimento será intensificado. O crescimento econômico, ao invés de ser visto como infinito, irá colidir com os limites ambientais e sociais. Nesse contexto, países emergentes irão ganhar mais espaço no jogo global. A ideia de abundância e expansão será revista, e novas realidades irão moldar a cultura.

Isso significa que os mandatários do poder serão o clima, a cultura e os novos players mundiais. Enquanto as questões ambientais imporão novos limites de estilo de vida aos consumidores e à sociedade, estruturas de poder emergentes irão remodelar uma nova era de crescimento e mudar a influência das instituições tradicionais. Novos centros culturais irão surgir fora do Norte global e, por sua vez, afetarão profundamente a cultura dominante.

Consumidor emocionado

Se, por um lado, a tecnologia facilita a vida, por outro, também invade e restringe. Os consumidores irão começar a sentir que as inovações limitam suas vidas e relações. Isso irá levar para movimentos fora da curva, tanto de busca por escolhas mais éticas e específicas de consumo, como também de emoção nas compras, com as pessoas se inclinando mais às paixões que os produtos despertam do aos seus atributos. 

Três tendências convergem com esse movimento. Um: os consumidores irão assumir mais controle sobre seus dados na era da IA. Dois: eles irão buscar um contrapeso à tecnologia e construir habilidades e oportunidades sociais com interações mais próximas. E, três: irão se afastar de ambientes otimizados sinteticamente, buscando um alcance emocional intenso para se sentirem vivos.

Marcas perceptivas

Até 2035, as marcas terão de ser mais íntimas dos consumidores e envolvê-los com interações intuitivas. Entre os consumidores globais entrevistados, 77% gostariam que as marcas pudessem antecipar o que eles desejam. E 80% concordam que “a melhor forma de uma marca se destacar e ganhar a minha lealdade é a sua capacidade de me surpreender e encantar de formas inesperadas.”

Com isso, três movimentos devem se intensificar. Primeiro, as marcas precisarão navegar pelas barreiras de IA que protegem os consumidores de solicitações indesejadas. Segundo, a interação terá de ser mais intuitiva, emocional e pessoal. E, por fim, será necessário se antecipar às necessidades dos consumidores, em vez de apenas reagir a elas.


Quem faz os conteúdos UOL para Marcas:

Apuração e redação: Renata Gama / Edição e redes sociais: Raphaella Francisco / Arte: Pedro Crastechini
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