Os brasileiros são críticos à propaganda, quando o assunto é padrões de beleza, e acreditam que a preocupação com a aparência afeta a saúde mental, segundo o relatório “Padrões de Beleza e Bem-Estar”, da OpinionBox. Os dados mostram que o consumidor está consciente das pressões sociais sobre corpo e aparência e espera das marcas uma publicidade que reflita de forma mais real a diversidade de corpos.
De acordo com a pesquisa, 63% dos respondentes afirmam que as propagandas, de forma geral, ajudam a reproduzir padrões de beleza irreais e inatingíveis. A maioria gostaria de ver diferentes tipos de corpos em propagandas (54%) e também em filmes, novelas ou séries (52%). Para 42%, propagandas estreladas por pessoas mais parecidas com elas podem ter mais influência para comprar algo.
O levantamento ouviu 1.179 pessoas acima de 18 anos usuárias de internet, por meio de questionário online, de todas as regiões do país e classes sociais. O perfil predominante é de mulheres (54%), pessoas entre 30 a 49 anos (46%) e das classes CDE (82%). A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais.
Para os entrevistados, existe uma relação direta entre o modo como lidam com a beleza e a sua saúde mental: 48% das pessoas consultadas consideram que sua aparência física está relacionada à felicidade. E 32% consideram que sua preocupação com a aparência afeta a saúde mental.
Parcela significativa (44%) afirma que já deixou de participar de atividades sociais por não se sentir confortável com a aparência. E 23% já buscaram ajuda profissional de saúde mental por questões relacionadas à aparência.
Peso e idade são os fatores mais sensíveis para os respondentes, em questão de padrões de beleza. Entre os entrevistados, a maior parte considera estar acima do peso (47%). E 63% afirmam já ter feito fez algum procedimento estético para amenizar o envelhecimento.
Além da propaganda, as redes sociais também exercem uma forte influência sobre a percepção de beleza dos entrevistados (33%). Mas, neste caso, a relação pode ser positiva. Entre os entrevistados, 48% seguem influenciadores voltados para a área da beleza e bem-estar nas redes sociais. Entre eles, 60% dizem acompanhar influenciadores do movimento body positive.
Entre os que seguem influenciadores da categoria, 39% se sentem identificados, 34% dizem que os conteúdos ajudam a trabalhar a autoestima e se sentirem mais confortáveis com o corpo. Parte significativa (37%) acha que marcas deveriam aderir o movimento body positive em suas campanhas e posicionamentos.
Menos de um terço dos entrevistados (31%) considera que está próximo dos padrões de beleza mais aceitos pela sociedade, outros 45% não se consideram nem próximos, nem distantes. E 24% acham que estão muito distantes. Apesar disso, a maioria dos entrevistados demonstra auto aceitação. Entre os respondentes, 51% se acham bonitos ou muito bonitos e 51% afirmam ter autoestima alta ou muito alta.
Entre os principais cuidados com a aparência realizados pelos entrevistados estão buscar se alimentar bem (58%), fazer exercícios físicos (49%), vestir-se bem (40%), tomar vitaminas em cápsulas (28%) e ter uma rotina de cuidados do sono (27%).