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Beleza sem glamour: público pede e marcas irão ampliar o ‘body positive’ em 2023

Imagem: Giulia Pugliese/Unsplash

A beleza real vai além da diversidade de cores e de formas de corpos. Para 2023, a ideia de body positive deve ser ampliada para questões antes tratadas como tabu, segundo a consultoria global WGSN. Em seu relatório anual de tendências para o segmento, “Beleza sem Glamour” é um dos principais movimentos previstos no ano. “Conforme entramos na era do hiper-realismo, o interesse por produtos que tratam problemas pouco glamourosos irá crescer”, diz a consultoria.

A expectativa é de que “marcas sinceras e diretas irão criar soluções para problemas antes considerados vergonhosos – de espinhas espremidas e pelos encravados a seios suados e bigodes de melasma.”

A tendência é que essas questões sejam normalizadas com honestidade e bom-humor, a exemplo de movimentos já mapeados no TikTok, como as postagens com a hashtag #BodyHairPositivity. “A beleza sem glamour já está mudando o mercado, e trazendo com ela uma nova geração de produtos que tratam questões específicas sem tabus.”

O movimento body positive também ganha destaque na pesquisa “Beleza, saúde e bem-estar”, lançada em janeiro pela Opinion Box. O estudo busca mapear comportamentos de consumo de beleza e a relação dos brasileiros com o corpo, padrões de beleza e seu impacto na saúde e no bem-estar. Entre os entrevistados, 69% acreditam que mais marcas deveriam aderir à tendência em suas campanhas e posicionamentos.

A amostra foi de 51% mulheres e 49% homens. Ao todo, foram ouvidas 2.114 pessoas acima de 16 anos com acesso à internet, por meio de questionário em plataforma online. Os entrevistados são de todas as regiões do país, das classes ABCDE, distribuídos de acordo com parâmetros do IBGE. A coleta foi realizada em dezembro de 2022.

Para 51% dos respondentes, a aparência física está relacionada ou muito relacionada a sua felicidade. Muitos já vivenciaram algum tipo de restrição por causa da percepção do próprio corpo. Por exemplo, 66% dos respondentes disseram que já deixaram de usar certas roupas por causa do corpo; 49% já se sentiram intimidados por não fazerem parte do padrão de beleza mais aceito; e 46% já deixaram de sair de casa por não estarem se sentindo bonitos.

As redes sociais têm forte aderência do público, quando o assunto é beleza. Porém, ao mesmo tempo que se mostram canais interessantes para marcas que desejam se posicionar dentro do movimento body positive, também contribuem no reforço dos padrões de beleza.

Entre os respondentes, 41% seguem influenciadores do segmento de beleza e bem-estar. Metade deles declara que acompanha influenciadores adeptos ao body positive. Os principais motivos, para 54% desses seguidores, é que os influencers os fazem sentir mais confortáveis com o próprio corpo. Metade diz que eles ajudam a trabalhar a autoestima. Chama a atenção que 35% dos respondentes que seguem influenciadores de body positive o fazem para descobrir novas marcas.

No entanto, a percepção dos entrevistados é de que a mídia e o marketing ainda concorrem contra a noção do body positive. Para 75% dos respondentes, a  mídia, de forma geral, ajuda a reproduzir padrões irreais de beleza.

Entre as ações esperadas, 65% gostariam de ver diferentes tipos de corpos em propagandas; 63% gostariam de ver diferentes tipos de corpos em filmes. Metade diz que representatividade faz diferença no impacto das peças publicitárias. Para 50%, “propagandas estreladas por pessoas mais parecidas comigo podem me influenciar mais a comprar algo”.


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