Na estratégia de criar um ecossistema digital de produtos e serviços em todos os pontos de contato possíveis, o Magalu vem investindo forte em conteúdo. Recentemente, adquiriu três publishers verticais: o Canaltech (tecnologia), Steal The Look (moda), o Jovem Nerd (cultura pop e geek). Os conteúdos seguem com independência editorial, segundo os produtores, com a diferença que ganham maior alcance no SuperApp Magalu, e contribuem com conteúdos especiais, dados e insights para a marca, além de mídia e apresentação de ofertas.
“O conteúdo é o futuro do varejo?” Essa questão foi o mote de um painel no YouPix Summit, que reuniu Pedro Alvim, gerente de redes sociais e marca do Magalu, Alexandre Ottoni, co-fundador do Jovem Nerd, Manuela Bordasch, fundadora do Steal the Look, e Domingos Hypolito, fundador do Canaltech, com mediação de Bia Granja, fundadora do YouPix. O evento segue com uma vasta programação sobre o universo de creators até esta quinta (15).
Veja insights a partir das interações:
Pedro Alvim: Varejo e conteúdo, uma coisa só
“O varejo e o conteúdo estão caminhando para ser uma coisa só, para se fundir”, afirma Pedro Alvim, do Magalu. “E acho que vai chegar um tempo em que não haverá mais uma distinção tão grande.” Segundo ele, esse conteúdo ajuda a ampliar a comunidade, a fanbase da marca. “O grande ganho de ter publishers e creators dentro de casa é construir audiência, isso pode ser rentabilizado para a companhia e também ajuda a levar e potencializar nossa mensagem.”
Alexandre Ottoni: relação orgânica
“O Magalu não adquiriu as empresas só para não ter de pagar publicidade nesses sites”, disse Alexandre Ottoni, do Jovem Nerd. “Não são apenas canais que vão direcionar uma decisão de compras, mas vão trazer uma riqueza de conteúdo e de relação com comunidades, e isso é um pouco intangível, faz parte de uma relação orgânica.” Ele conta que no primeiro vídeo realizado pós-aquisição, fizeram uma brincadeira dizendo agora o Jovem Nerd vai vender geladeira. Fizeram uma pesquisa de ofertas e apresentaram um modelo barato. “E teve um monte de clique e venda de geladeira.”
Manuela Bordasch: conteúdo é maior que plataformas
Para Manuela Bordasch, do Steal The Look, o valor do conteúdo está na mensagem e não na plataforma, e é isso que deve interessar às marcas. “No fim do dia, o que fica quando se desliga a torneira da performance? É muito sobre comprar a história. Por que o consumidor vai escolher aquela marca?” Por isso, o site se preocupou em produzir de forma consistente, independentemente do canal. “O Snapchat teve seu boom e morreu. Se a marca depende do canal ela morre também. Quando todo mundo abandonou seu site e foi para o Insta, a gente manteve o nosso como principal. E as redes direcionam o tráfego para a nossa própria casa”, diz.
Domingos Hypolito: Curadoria tem poder
A maior receita do Canaltech hoje vem de um serviço chamado Canatech ofertas, que consistem em grupos de WhatsApp e Telegram onde são distribuídas sugestões de oferta diariamente para 350 mil pessoas. “E isso é fruto da autoridade que foi criada”, diz Domingos Hypolito. “A gente gosta muito de fazer curadoria de ofertas. Não fala só sobre um produto e bota o link. A gente busca explicar. É notebook gamer? É celular para fotos? Mostramos a melhor oferta. O público cada vez mais é conhecedor de como comprar, o próprio Google faz a comparação. Mas a curadoria mostra a melhor oportunidade, fala do histórico de preço, diz qual é a melhor hora de comprar.”