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Três questões sobre privacidade que marcas devem enfrentar, aponta SXSW

Algumas das principais reflexões levantadas no Festival SXSW (South by Southwest), realizado em Austin, no Texas (EUA), giraram em torno do tema privacidade. O evento funciona como um grande radar de tendências culturais, mercadológicas e de inovação para as mais diversas áreas. Mas também aponta questões a serem enfrentadas tanto pela sociedade quanto pelas marcas.

A partir do mapeamento de tendências da GoAd Media, apresentado por José Saad no evento ABA SXSW Insights, o blog UOL AD_LAB listou três questões sobre privacidade a serem enfrentadas pelas marcas:

1. É o fim da privacidade? Isso é ruim?

A futurologista Amy Webb, uma das estrelas do festival, decretou o fim do controle das pessoas sobre os dados que geram. Para Amy, a privacidade morreu. “Mas ela diz que não necessariamente isso é ruim. A gente tem acesso a uma série de conveniências e benefícios ao expor nossos dados que tornam a vida mais segura, melhor e mais longa, de um jeito muito personalizado”, diz Saad.

Um mundo sem controle de privacidade, a exemplo do que acontece na China, permite um avanço mais profundo e acelerado das tecnologias de inteligência artificial, especialmente num contexto em que se desenvolve a internet das coisas, com casas e cidades conectadas. Mas a questão que se levantam com todos esses avanços é sobre a liberdade. “Há mais segurança e conveniência, mas, de certa forma, dependendo da interpretação, há também queda de liberdade.”

2. Tenho um plano ético para uso de dados?

A importância das discussões sobre privacidade chamou para o SXSW uma discussão política. “A um ano das eleições nos EUA muitos políticos subiram aos palcos do evento e usaram a privacidade como bandeira eleitoral”, diz Saad. Nesse contexto, o que é possível projetar para o mercado é que deve haver alguma regulação maior da privacidade nos próximos anos.

Isso convoca as marcas a serem mais transparentes no uso dos dados. “Sob a ótica da gestão de marca é preciso comunicar claramente às pessoas os dados que serão usados”, diz Saad. Segundo ele, em troca de acesso a serviços, informações e conveniências, as pessoas têm aceitado termos e condições muitas vezes sem ler. E isso deve ser atacado pelos legisladores. Empresas que estão comunicando de forma clara e ética sobre a aplicação de dados estarão mais bem preparadas para as mudanças.

Sou corresponsável pelos meus parceiros?

O SXSW puxou discussões sobre as responsabilidades das empresas nas mudanças na sociedade. Quando o assunto é privacidade, o entendimento é que não basta ser ético no uso e coleta dos dados dos consumidores da própria marca. É preciso também estar atento ao ecossistema e desenvolver um senso de corresponsabilidade pelo que os parceiros praticam.

Para ilustrar, Saad usa o exemplo da corresponsabilidade no conteúdo. “No momento em que você faz o investimento numa plataforma de mídia que expõe o seu conteúdo de marca próximo de um conteúdo impróprio, você também não é responsável por essa exposição?” Da mesma forma, segundo ele, a marca deve se responsabilizar pelas práticas de seus parceiros no que diz respeito à privacidade dos dados.


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