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SXSW coloca pessoas e emoções no centro do debate sobre tecnologia

Imagem: David Brendan Hall/Divulgação SXSW

Festival SXSW foi realizado de 8 a 17 de março em Austin, Texas (EUA)

Este foi o ano em que o festival SXSW (South by Southwest) fez uma virada no discurso. Mais do que mostrar o que o mundo produzirá de novas tecnologias nos próximos anos, provocou debates sobre como essas inovações se tornarão mais humanas e estarão a serviço das pessoas.

De acordo com o mapeamento de tendências da GoAd Media, que foi ao evento em Austin, no Texas (EUA), com apoio do UOL AD_LAB, a relação entre tecnologia e emoções terá impacto na forma como empresas e marcas irão se posicionar no futuro, tanto na criação de serviços e produtos como na forma de se relacionar e se comunicar com seus públicos.

Veja insights, segundo a GoAd:

Máquinas que captam emoções

As interfaces digitais tendem não apenas a ganhar perfis mais humanizados, a exemplo dos chatbots e assistentes pessoais, como também a captar e interpretar emoções. Assim, receberemos ofertas de produtos relacionados ao nosso humor, e não só ao histórico de buscas.

Esse é o foco da parceria entre o Fox Group e a agência Canvs AI. O objetivo é criar, a partir de insights comportamentais sobre a emoção da audiência, argumentos de venda e referências na cocriação de narrativas. Ao obter previsões sobre o comportamento do telespectador diante de um conteúdo, o próximo episódio de uma série, por exemplo, pode ser ajustado.

A voz própria como marca

O áudio elevou sua importância como mídia por ser uma das principais interfaces na relação entre homem e máquina. Alguns movimentos na indústria já sinalizam sua força. “Este é um segmento que cresce 25% ao ano, que, dos atuais de US$ 650 milhões provisionados para 2020, vai chegar rapidamente aos bilhões”, projetou Dawn Ostroff, CCO do Spotify. Em fevereiro, a gigante do streaming de música comprou a Gimlet Media e todos os seus shows em podcasts.

Mas o áudio impõe às marcas o desafio de encontrar uma voz própria. A Mastercard mostrou o esforço feito para que sua identidade seja reconhecida em smartspeakers e objetos conectados. Trilhas sonoras estão sendo desenvolvidas para dispositivos de todos os tipos, e já começam a ser utilizadas em outras mídias. É uma nova era, na qual se resgata a relevância das produtoras de áudio.

O público como embaixador

Experiências imersivas e sensoriais de marca transformam os próprios consumidores em embaixadores, ao expressarem suas emoções. “Quando criamos uma experiência imersiva, temos todos os recursos de uma campanha, pois as próprias pessoas vão compartilhar (veicular) fotos e vídeos, e ainda vão ter uma memória afetiva sobre sua marca”, disse Taylor Katai, da Giant Spoon (responsável pela experiência de Westworld do SXSW 2018).

De acordo com o executivo, muitas empresas perdem oportunidade de colocar a emoção no centro de suas estratégias e dee ganhar novos embaixadores quando focam suas ações somente em espaços tradicionais de mídia ou em influenciadores.

Cidades inteligentes já

Em 2019, em vez de pensar no meio de transporte do futuro, o SXSW olhou para os desafios atuais das cidades e as soluções que já estão nas ruas. As discussões mostraram que a tecnologia pode ser usada para aperfeiçoar a infraestrutura existente. “Precisamos usar a tecnologia para resolver os grandes desafios de sustentabilidade, mobilidade e moradia que o fenômeno da urbanização acarreta”, disse Edward Glaeser, professor da Universidade Harvard.

Na área de mobilidade, a cidade de Detroit (EUA) — a meca das montadoras que foi levada à bancarrota pela crise — foi exemplo de como é possível mobilizar startups para criar tecnologias urbanas que melhoram a vida das pessoas e giram a economia. A cidade implantou um sistema de veículos autônomos para transportar passageiros em um perímetro delimitado. Já a micromobilidade é outro movimento em alta. Em Austin, os patinetes à bateria foram a salvação dos participantes. Segundo a McKinsey, esse mercado já recebeu mais de US$ 5,7 bilhões desde 2015.


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