O game Overwatch está entre os cinco jogos eletrônicos competitivos mais populares do país, segundo o estudo “eSports in Brazil”, da Newzoo, consultoria especializada no segmento. Mas popular, aqui, não quer dizer acessível e sim com grande audiência. Além de o jogo desenvolvido pela Blizzard Entertainment ser pago, para participar da Overwatch League (OWL), a liga oficial da franquia, os times precisam investir alto.
Conhecida no meio como “liga milionária”, a OWL se propõe como a elite competitiva dos eSports. É como se a ambição da Blizzard Entertainment fosse criar no cenário de jogos eletrônicos algo como o que a NFL (National Football League) representa para o futebol americano e a Champions League, para o futebol.
Isso requer profissionalismo e, também, cifras robustas. Na Overwatch World Cup de 2018, por exemplo, a exigência era que os times participantes pagassem um salário mínimo fixo de US$ 50 mil por ano para cada jogador, além de alojamento, seguro saúde e outros benefícios. De cada equipe, foi exigido um investimento total de R$ 20 milhões.
Não à toa, marcas gigantes se ligam ao cenário criado em torno de Overwatch. As competições de 2019 têm desde o início a Budweiser Bud Light como cerveja oficial. E, na segunda temporada do ano da liga, entram como patrocinadores Toyota e Coca-Cola, sendo que o contrato da marca de refrigerante abrange tanto o patrocínio da OWL, como da liga Overwatch Contenders (a divisão aberta do game), a Overwatch World Cup, e o evento anual BlizzCon.
Identificação da torcida
Diferentemente de outras competições de jogos eletrônicos, os times da OWL e demais campeonatos oficiais de Overwatch precisam representar localidades. Por isso, muitas vezes, os atletas deixam de lado as bandeiras de suas organizações de origem nas disputas. Em 2018, por exemplo, o Brasil participou da Overwatch World Cup com uma seleção que reuniu players das equipes Brasil Gaming House, Black Dragons e pAiN Gaming.
Essa é uma lógica comum nas competições de esportes tradicionais, mas única nos jogos eletrônicos. Com a associação de uma equipe a uma cidade ou país, há maior estímulo à identificação da torcida, o que serve para criar um engajamento que extrapola o universo digital e alcança também o mundo físico.
Em 2019, a Seleção Brasileira não participa da Copa do Mundo de Overwatch, mas dois atletas representam o país em times estrangeiros. Renan “alemao” Moretto compete pela equipe Boston Uprising e Eduardo “dudu” Macedo, pela Los Angeles Gladiatiors.