(Atualizado em 27/8/20)
Cheia de idas e vindas no Congresso, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), prevista para entrar em vigor em agosto, ainda é cercada de incertezas. Embora o adiamento da Lei tenha sido derrubado no Senado, ainda não é claro se a sua vigência passa a ser imediata. Independentemente de quando as novas regras passarão a valer, saem em vantagem competitiva as marcas que se anteciparam.
Segundo estudo global da Cisco sobre as práticas de privacidade de dados pelo mundo, 70% das organizações afirmam ter obtido vantagens comerciais significativas após adotar políticas que vão além da conformidade exigida pelas novas regras em vigor na Europa e EUA. As determinações americanas e europeias inspiraram o marco legal brasileiro.
O percentual surge muito acima dos 40% indicados na mesma pesquisa de 2019. Entre os benefícios apontados estão maior agilidade, maior vantagem competitiva, mais atratividade para os investidores e maior confiança do cliente.
A pesquisa Data Privacy Benchmark Study 2020 é a terceira edição da análise sobre o tema. O levantamento da Cisco consultou mais de 2.800 profissionais de segurança em organizações de portes variados em 13 países, revelando pela primeira vez o retorno dos esforços direcionados à privacidade sobre o investimento (ROI) em privacidade.
Em média, as companhias disseram receber benefícios equivalentes a 2,7 vezes o investimento que fizeram em esforços para garantir a privacidade de dados. Mais de 40% relatam benefícios de pelo menos o dobro do que gastaram com privacidade.
Esse impacto fica ainda mais perceptível quando olhada a cadeia de tratamento de dados, já que a relação entre empresas do ecossistema e seus fornecedores é diretamente afetada pelas novas leis.
Segundo o estudo, 82% das empresas consultadas veem as certificações de privacidade como um fator relevante na escolha de um fornecedor terceirizado. Índia e Brasil lideram a lista, com 95% dos entrevistados concordando que certificações externas agora são um fator importante.
“Adequar-se à nova regulamentação da LGPD representa um importante passo das organizações no compromisso com a integridade e maturidade das relações entre as marcas e consumidores, respeitando a privacidade dos clientes e valorizando o seu papel social junto ao mercado”, disse Betania Gattai, consumer engage centers manager da Unilever para a América Latina, em material distribuído ao mercado pela ABA (Associação Brasileira dos Anunciantes).
A instituição disponibilizou o “Manual ABA para adequação à LGPD – orientações e boas práticas de governança de dados – para Publicitários”. O documento foi atualizado em junho deste ano. A LGPD traz regras sobre a proteção de dados pessoais armazenados e tratados por empresas. Entre as questões reguladas estão o consentimento do uso de dados e o oferecimento de meios de acesso às informações por parte do titular, entre outros.
Algumas das maiores plataformas de internet, como Facebook, Google e Twitter, comunicaram a usuários nas últimas semanas, que já adaptaram seus serviços para a legislação brasileira.