Brainstorm|6 ago, 2025|

Preço pesa mais que propósito? O paradoxo da indústria de alimentos

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Fernanda Bottoni - UOL para Marcas

Eles se preocupam com alimentos ultraprocessados e com o uso de pesticidas. Utilizam aplicativos e dispositivos de monitoramento para manter uma rotina mais saudável, mas ainda tomam decisões de compra baseadas no preço. Essa é a realidade dos consumidores globais hoje — e o ponto de partida para que a indústria de alimentos se reinvente.

Essa conclusão vem da pesquisa global “Voice of the Consumer”, realizada pela PwC com mais de 20 mil consumidores em 28 países, com o objetivo de entender hábitos, prioridades e desafios na alimentação. Confira os principais achados e entenda qual é a receita para se destacar nesse mercado em transformação.

Cuidado com ultraprocessados e pesticidas

Uma das descobertas mais relevantes do estudo está relacionada às principais preocupações dos consumidores: 62% dos entrevistados citaram os riscos à saúde associados a alimentos ultraprocessados e ao uso de pesticidas como suas maiores preocupações.

Esses temores superam o receio com o preço (60%), a segurança alimentar (58%), os níveis de aditivos e conservantes (57%) e o valor nutricional dos produtos (51%).

Outro dado importante: um terço dos entrevistados afirma que os benefícios à saúde são um dos fatores mais importantes para trocar de marca de alimentos. Além disso, mais de 50% planejam aumentar o consumo de produtos frescos nos próximos meses.

Indústria de alimentos deve ajudar a ter vida mais saudável

Ainda que os consumidores se assumam como os principais responsáveis por fazer escolhas saudáveis, eles também esperam que a indústria alimentícia ajude a ter uma vida mais saudável.

Prova disso é que, ao serem questionados sobre quem deveria ser o principal responsável por incentivar uma alimentação saudável e nutritiva, 51% afirmaram que os produtores e fabricantes de alimentos estavam entre os três primeiros.

Foco em necessidades específicas de saúde

A PwC perguntou como os entrevistados acham que grandes empresas de alimentos e bebidas poderiam contribuir para melhorar sua saúde e seu bem-estar. Para 51% dos entrevistados, o caminho é oferecer mais produtos voltados a necessidades específicas de saúde. A segunda maior parte, 46%, citou aumento de valor nutricional dos produtos principais.

Oferecer mais produtos com menos calorias é uma boa alternativa para 45% e informar ou educar os consumidores sobre saúde e nutrição pode ser a estratégia para 42% dos consumidores.

Preocupações climáticas esbarram em limitações financeiras

O estudo revelou que embora mais de 80% dos entrevistados estejam preocupados com as mudanças climáticas – e quase um quarto (24%) se preocupe diariamente com seus efeitos – apenas 44% estão dispostos a pagar mais por alimentos que contribuam para o meio ambiente, como a melhoria da qualidade do solo e o aumento da biodiversidade.

Entre essas pessoas, o estudo identifica um pequeno subgrupo de “compradores ecoconscientes”, representado por 14% dos entrevistados, que de fato priorizam considerações sociais e ambientais ao fazer escolhas alimentares.

Outros 43% afirmam que não sabem ao certo se pagariam mais para apoiar esse tipo de iniciativa. Apenas 12% têm certeza de que não pagariam mais para isso.

Abertos à inovação em busca de dieta mais saudável e conveniente

Segundo o estudo, quase 40% das pessoas se aventuraram em espaços de varejo de alimentos não tradicionais no último ano. Embora as visitas presenciais aos supermercados continuem a dominar, representando 62% das compras diárias ou semanais de alimentos, serviços de assinatura, entregas de kits de refeição, compras online de supermercado e feiras livres são agora partes do ecossistema de compras de alimentos.

Outro dado relevante é que, globalmente, 38% dos entrevistados compram comida pronta pelo menos uma vez por semana. Há ainda os 34% que optam por refeições para viagem entregues em casa e os 29% que jantam fora pelo menos uma vez por semana. Esses hábitos são mais comuns em áreas urbanas e entre consumidores com maior estabilidade financeira.

Abertos à inovação, 70% dos entrevistados usam pelo menos um aplicativo de saúde ou dispositivo vestível, como monitor de glicose, anéis e relógios inteligentes – os chamados wearables, em geral. E há um grupo específico de “entusiastas de tecnologia da saúde”, representado por 9% da amostra, que já observa mudanças significativas no seu estilo de vida em consequência desses apps e dispositivos.

O preço determina as escolhas

A análise da PwC conclui, no entanto, que o preço é o fator determinante das decisões de compra – ainda que os consumidores afirmem que têm outras preocupações. Por exemplo, embora a maioria diga que tem alto nível de receio dos riscos à saúde associados aos alimentos ultraprocessados, apenas 35% tentam evitar esse risco no consumo alimentar.

Além disso, ainda que 44% afirmem estar dispostos a pagar mais para apoiar a sustentabilidade ambiental na produção de alimentos, 82% não buscam informações rotineiramente sobre iniciativas climáticas e de sustentabilidade de marcas de alimentos.

Para completar, 44% afirmam estar dispostos a pagar mais por alimentos produzidos localmente, mas 56% optariam por opções mais econômicas produzidas fora do seu país.

A nova receita para a indústria de alimentos

Segundo a PwC, os consumidores de hoje querem produtos acessíveis que ofereçam benefícios à saúde e conveniência. Ou seja, é um cenário desafiador e as empresas precisam desenvolver modelos competitivos que equilibrem custo-benefício e satisfação dos consumidores.

As principais dicas estão resumidas logo a seguir.

Integral e acessível

Esqueça a estratégia de aumentar preços ou reduzir o tamanho das embalagens. Vale a pena apostar em linhas de alimentos mais saudáveis – integrais, por exemplo – e, ao mesmo tempo, acessíveis.

Menos açúcar, menos custo

Crie formulações mais saudáveis, limpas e funcionais (como com adição de proteína ou fibra), mantendo a qualidade do produto e reduzindo custos, sem sacrificar o sabor. Observe que alguns fabricantes estão investindo em P&D com base científica para reduzir o teor de açúcar em determinados produtos, reduzindo, ao mesmo tempo, o custo dos ingredientes.

Necessidades específicas

Considere a criação de linhas premium para consumidores que estão em busca de dieta e nutrição, como usuários de GLP-1, que estão comprando e comendo menos, consumidores que buscam fortificação de nutrientes ou pessoas com necessidades alimentares específicas.

Parcerias inovadoras

Faça parcerias com fornecedores inovadores para criar receitas personalizadas e planejamento de refeições, por exemplo, para aumentar a fidelidade do consumidor.

Novos formatos de entrega

Serviços por assinatura e sob demanda, por exemplo, podem aumentar o engajamento ao atender ao desejo dos consumidores por conveniência personalizada. “Empresas que se conectam mais profundamente com uma rede de provedores de serviços, parceiros de logística e soluções tecnológicas têm maior probabilidade de atender à demanda por interações fluidas”, diz o estudo.

Transparência na cadeia

Busque maneiras inovadoras de aumentar as margens e reduzir custos. Uma análise que a consultoria conduziu para um varejista do Reino Unido mostrou que o aumento da transparência na cadeia de suprimentos levou a um aumento na margem por meio da redução do desperdício de alimentos e da otimização dos custos de estoque. É uma ideia.

Antecipe necessidades

A escuta atenta e a análise de dados vão além do rastreamento comportamental para antecipar preferências, padrões de compra e demanda dos clientes por saúde, conveniência e acessibilidade personalizadas.

Ajude os consumidores a encontrar o que procuram

Forneça informações claras e acessíveis sobre os valores que eles priorizam, como saúde, sustentabilidade, abastecimento local ou necessidades alimentares específicas. Considere integrar sua linha de produtos com ferramentas de IA e wearables para simplificar a seleção e a comparação de produtos.

 

 

O UOL conecta cada pessoa ao seu universo e cada marca ao seu target

Brainstorm|6 ago, 2025|

Preço pesa mais que propósito? O paradoxo da indústria de alimentos

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Fernanda Bottoni - UOL para Marcas

Eles se preocupam com alimentos ultraprocessados e com o uso de pesticidas. Utilizam aplicativos e dispositivos de monitoramento para manter uma rotina mais saudável, mas ainda tomam decisões de compra baseadas no preço. Essa é a realidade dos consumidores globais hoje — e o ponto de partida para que a indústria de alimentos se reinvente.

Essa conclusão vem da pesquisa global “Voice of the Consumer”, realizada pela PwC com mais de 20 mil consumidores em 28 países, com o objetivo de entender hábitos, prioridades e desafios na alimentação. Confira os principais achados e entenda qual é a receita para se destacar nesse mercado em transformação.

Cuidado com ultraprocessados e pesticidas

Uma das descobertas mais relevantes do estudo está relacionada às principais preocupações dos consumidores: 62% dos entrevistados citaram os riscos à saúde associados a alimentos ultraprocessados e ao uso de pesticidas como suas maiores preocupações.

Esses temores superam o receio com o preço (60%), a segurança alimentar (58%), os níveis de aditivos e conservantes (57%) e o valor nutricional dos produtos (51%).

Outro dado importante: um terço dos entrevistados afirma que os benefícios à saúde são um dos fatores mais importantes para trocar de marca de alimentos. Além disso, mais de 50% planejam aumentar o consumo de produtos frescos nos próximos meses.

Indústria de alimentos deve ajudar a ter vida mais saudável

Ainda que os consumidores se assumam como os principais responsáveis por fazer escolhas saudáveis, eles também esperam que a indústria alimentícia ajude a ter uma vida mais saudável.

Prova disso é que, ao serem questionados sobre quem deveria ser o principal responsável por incentivar uma alimentação saudável e nutritiva, 51% afirmaram que os produtores e fabricantes de alimentos estavam entre os três primeiros.

Foco em necessidades específicas de saúde

A PwC perguntou como os entrevistados acham que grandes empresas de alimentos e bebidas poderiam contribuir para melhorar sua saúde e seu bem-estar. Para 51% dos entrevistados, o caminho é oferecer mais produtos voltados a necessidades específicas de saúde. A segunda maior parte, 46%, citou aumento de valor nutricional dos produtos principais.

Oferecer mais produtos com menos calorias é uma boa alternativa para 45% e informar ou educar os consumidores sobre saúde e nutrição pode ser a estratégia para 42% dos consumidores.

Preocupações climáticas esbarram em limitações financeiras

O estudo revelou que embora mais de 80% dos entrevistados estejam preocupados com as mudanças climáticas – e quase um quarto (24%) se preocupe diariamente com seus efeitos – apenas 44% estão dispostos a pagar mais por alimentos que contribuam para o meio ambiente, como a melhoria da qualidade do solo e o aumento da biodiversidade.

Entre essas pessoas, o estudo identifica um pequeno subgrupo de “compradores ecoconscientes”, representado por 14% dos entrevistados, que de fato priorizam considerações sociais e ambientais ao fazer escolhas alimentares.

Outros 43% afirmam que não sabem ao certo se pagariam mais para apoiar esse tipo de iniciativa. Apenas 12% têm certeza de que não pagariam mais para isso.

Abertos à inovação em busca de dieta mais saudável e conveniente

Segundo o estudo, quase 40% das pessoas se aventuraram em espaços de varejo de alimentos não tradicionais no último ano. Embora as visitas presenciais aos supermercados continuem a dominar, representando 62% das compras diárias ou semanais de alimentos, serviços de assinatura, entregas de kits de refeição, compras online de supermercado e feiras livres são agora partes do ecossistema de compras de alimentos.

Outro dado relevante é que, globalmente, 38% dos entrevistados compram comida pronta pelo menos uma vez por semana. Há ainda os 34% que optam por refeições para viagem entregues em casa e os 29% que jantam fora pelo menos uma vez por semana. Esses hábitos são mais comuns em áreas urbanas e entre consumidores com maior estabilidade financeira.

Abertos à inovação, 70% dos entrevistados usam pelo menos um aplicativo de saúde ou dispositivo vestível, como monitor de glicose, anéis e relógios inteligentes – os chamados wearables, em geral. E há um grupo específico de “entusiastas de tecnologia da saúde”, representado por 9% da amostra, que já observa mudanças significativas no seu estilo de vida em consequência desses apps e dispositivos.

O preço determina as escolhas

A análise da PwC conclui, no entanto, que o preço é o fator determinante das decisões de compra – ainda que os consumidores afirmem que têm outras preocupações. Por exemplo, embora a maioria diga que tem alto nível de receio dos riscos à saúde associados aos alimentos ultraprocessados, apenas 35% tentam evitar esse risco no consumo alimentar.

Além disso, ainda que 44% afirmem estar dispostos a pagar mais para apoiar a sustentabilidade ambiental na produção de alimentos, 82% não buscam informações rotineiramente sobre iniciativas climáticas e de sustentabilidade de marcas de alimentos.

Para completar, 44% afirmam estar dispostos a pagar mais por alimentos produzidos localmente, mas 56% optariam por opções mais econômicas produzidas fora do seu país.

A nova receita para a indústria de alimentos

Segundo a PwC, os consumidores de hoje querem produtos acessíveis que ofereçam benefícios à saúde e conveniência. Ou seja, é um cenário desafiador e as empresas precisam desenvolver modelos competitivos que equilibrem custo-benefício e satisfação dos consumidores.

As principais dicas estão resumidas logo a seguir.

Integral e acessível

Esqueça a estratégia de aumentar preços ou reduzir o tamanho das embalagens. Vale a pena apostar em linhas de alimentos mais saudáveis – integrais, por exemplo – e, ao mesmo tempo, acessíveis.

Menos açúcar, menos custo

Crie formulações mais saudáveis, limpas e funcionais (como com adição de proteína ou fibra), mantendo a qualidade do produto e reduzindo custos, sem sacrificar o sabor. Observe que alguns fabricantes estão investindo em P&D com base científica para reduzir o teor de açúcar em determinados produtos, reduzindo, ao mesmo tempo, o custo dos ingredientes.

Necessidades específicas

Considere a criação de linhas premium para consumidores que estão em busca de dieta e nutrição, como usuários de GLP-1, que estão comprando e comendo menos, consumidores que buscam fortificação de nutrientes ou pessoas com necessidades alimentares específicas.

Parcerias inovadoras

Faça parcerias com fornecedores inovadores para criar receitas personalizadas e planejamento de refeições, por exemplo, para aumentar a fidelidade do consumidor.

Novos formatos de entrega

Serviços por assinatura e sob demanda, por exemplo, podem aumentar o engajamento ao atender ao desejo dos consumidores por conveniência personalizada. “Empresas que se conectam mais profundamente com uma rede de provedores de serviços, parceiros de logística e soluções tecnológicas têm maior probabilidade de atender à demanda por interações fluidas”, diz o estudo.

Transparência na cadeia

Busque maneiras inovadoras de aumentar as margens e reduzir custos. Uma análise que a consultoria conduziu para um varejista do Reino Unido mostrou que o aumento da transparência na cadeia de suprimentos levou a um aumento na margem por meio da redução do desperdício de alimentos e da otimização dos custos de estoque. É uma ideia.

Antecipe necessidades

A escuta atenta e a análise de dados vão além do rastreamento comportamental para antecipar preferências, padrões de compra e demanda dos clientes por saúde, conveniência e acessibilidade personalizadas.

Ajude os consumidores a encontrar o que procuram

Forneça informações claras e acessíveis sobre os valores que eles priorizam, como saúde, sustentabilidade, abastecimento local ou necessidades alimentares específicas. Considere integrar sua linha de produtos com ferramentas de IA e wearables para simplificar a seleção e a comparação de produtos.

 

 

O UOL conecta cada pessoa ao seu universo e cada marca ao seu target

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Preço pesa mais que propósito? O paradoxo da indústria de alimentos

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Fernanda Bottoni - UOL para Marcas

Eles se preocupam com alimentos ultraprocessados e com o uso de pesticidas. Utilizam aplicativos e dispositivos de monitoramento para manter uma rotina mais saudável, mas ainda tomam decisões de compra baseadas no preço. Essa é a realidade dos consumidores globais hoje — e o ponto de partida para que a indústria de alimentos se reinvente.

Essa conclusão vem da pesquisa global “Voice of the Consumer”, realizada pela PwC com mais de 20 mil consumidores em 28 países, com o objetivo de entender hábitos, prioridades e desafios na alimentação. Confira os principais achados e entenda qual é a receita para se destacar nesse mercado em transformação.

Cuidado com ultraprocessados e pesticidas

Uma das descobertas mais relevantes do estudo está relacionada às principais preocupações dos consumidores: 62% dos entrevistados citaram os riscos à saúde associados a alimentos ultraprocessados e ao uso de pesticidas como suas maiores preocupações.

Esses temores superam o receio com o preço (60%), a segurança alimentar (58%), os níveis de aditivos e conservantes (57%) e o valor nutricional dos produtos (51%).

Outro dado importante: um terço dos entrevistados afirma que os benefícios à saúde são um dos fatores mais importantes para trocar de marca de alimentos. Além disso, mais de 50% planejam aumentar o consumo de produtos frescos nos próximos meses.

Indústria de alimentos deve ajudar a ter vida mais saudável

Ainda que os consumidores se assumam como os principais responsáveis por fazer escolhas saudáveis, eles também esperam que a indústria alimentícia ajude a ter uma vida mais saudável.

Prova disso é que, ao serem questionados sobre quem deveria ser o principal responsável por incentivar uma alimentação saudável e nutritiva, 51% afirmaram que os produtores e fabricantes de alimentos estavam entre os três primeiros.

Foco em necessidades específicas de saúde

A PwC perguntou como os entrevistados acham que grandes empresas de alimentos e bebidas poderiam contribuir para melhorar sua saúde e seu bem-estar. Para 51% dos entrevistados, o caminho é oferecer mais produtos voltados a necessidades específicas de saúde. A segunda maior parte, 46%, citou aumento de valor nutricional dos produtos principais.

Oferecer mais produtos com menos calorias é uma boa alternativa para 45% e informar ou educar os consumidores sobre saúde e nutrição pode ser a estratégia para 42% dos consumidores.

Preocupações climáticas esbarram em limitações financeiras

O estudo revelou que embora mais de 80% dos entrevistados estejam preocupados com as mudanças climáticas – e quase um quarto (24%) se preocupe diariamente com seus efeitos – apenas 44% estão dispostos a pagar mais por alimentos que contribuam para o meio ambiente, como a melhoria da qualidade do solo e o aumento da biodiversidade.

Entre essas pessoas, o estudo identifica um pequeno subgrupo de “compradores ecoconscientes”, representado por 14% dos entrevistados, que de fato priorizam considerações sociais e ambientais ao fazer escolhas alimentares.

Outros 43% afirmam que não sabem ao certo se pagariam mais para apoiar esse tipo de iniciativa. Apenas 12% têm certeza de que não pagariam mais para isso.

Abertos à inovação em busca de dieta mais saudável e conveniente

Segundo o estudo, quase 40% das pessoas se aventuraram em espaços de varejo de alimentos não tradicionais no último ano. Embora as visitas presenciais aos supermercados continuem a dominar, representando 62% das compras diárias ou semanais de alimentos, serviços de assinatura, entregas de kits de refeição, compras online de supermercado e feiras livres são agora partes do ecossistema de compras de alimentos.

Outro dado relevante é que, globalmente, 38% dos entrevistados compram comida pronta pelo menos uma vez por semana. Há ainda os 34% que optam por refeições para viagem entregues em casa e os 29% que jantam fora pelo menos uma vez por semana. Esses hábitos são mais comuns em áreas urbanas e entre consumidores com maior estabilidade financeira.

Abertos à inovação, 70% dos entrevistados usam pelo menos um aplicativo de saúde ou dispositivo vestível, como monitor de glicose, anéis e relógios inteligentes – os chamados wearables, em geral. E há um grupo específico de “entusiastas de tecnologia da saúde”, representado por 9% da amostra, que já observa mudanças significativas no seu estilo de vida em consequência desses apps e dispositivos.

O preço determina as escolhas

A análise da PwC conclui, no entanto, que o preço é o fator determinante das decisões de compra – ainda que os consumidores afirmem que têm outras preocupações. Por exemplo, embora a maioria diga que tem alto nível de receio dos riscos à saúde associados aos alimentos ultraprocessados, apenas 35% tentam evitar esse risco no consumo alimentar.

Além disso, ainda que 44% afirmem estar dispostos a pagar mais para apoiar a sustentabilidade ambiental na produção de alimentos, 82% não buscam informações rotineiramente sobre iniciativas climáticas e de sustentabilidade de marcas de alimentos.

Para completar, 44% afirmam estar dispostos a pagar mais por alimentos produzidos localmente, mas 56% optariam por opções mais econômicas produzidas fora do seu país.

A nova receita para a indústria de alimentos

Segundo a PwC, os consumidores de hoje querem produtos acessíveis que ofereçam benefícios à saúde e conveniência. Ou seja, é um cenário desafiador e as empresas precisam desenvolver modelos competitivos que equilibrem custo-benefício e satisfação dos consumidores.

As principais dicas estão resumidas logo a seguir.

Integral e acessível

Esqueça a estratégia de aumentar preços ou reduzir o tamanho das embalagens. Vale a pena apostar em linhas de alimentos mais saudáveis – integrais, por exemplo – e, ao mesmo tempo, acessíveis.

Menos açúcar, menos custo

Crie formulações mais saudáveis, limpas e funcionais (como com adição de proteína ou fibra), mantendo a qualidade do produto e reduzindo custos, sem sacrificar o sabor. Observe que alguns fabricantes estão investindo em P&D com base científica para reduzir o teor de açúcar em determinados produtos, reduzindo, ao mesmo tempo, o custo dos ingredientes.

Necessidades específicas

Considere a criação de linhas premium para consumidores que estão em busca de dieta e nutrição, como usuários de GLP-1, que estão comprando e comendo menos, consumidores que buscam fortificação de nutrientes ou pessoas com necessidades alimentares específicas.

Parcerias inovadoras

Faça parcerias com fornecedores inovadores para criar receitas personalizadas e planejamento de refeições, por exemplo, para aumentar a fidelidade do consumidor.

Novos formatos de entrega

Serviços por assinatura e sob demanda, por exemplo, podem aumentar o engajamento ao atender ao desejo dos consumidores por conveniência personalizada. “Empresas que se conectam mais profundamente com uma rede de provedores de serviços, parceiros de logística e soluções tecnológicas têm maior probabilidade de atender à demanda por interações fluidas”, diz o estudo.

Transparência na cadeia

Busque maneiras inovadoras de aumentar as margens e reduzir custos. Uma análise que a consultoria conduziu para um varejista do Reino Unido mostrou que o aumento da transparência na cadeia de suprimentos levou a um aumento na margem por meio da redução do desperdício de alimentos e da otimização dos custos de estoque. É uma ideia.

Antecipe necessidades

A escuta atenta e a análise de dados vão além do rastreamento comportamental para antecipar preferências, padrões de compra e demanda dos clientes por saúde, conveniência e acessibilidade personalizadas.

Ajude os consumidores a encontrar o que procuram

Forneça informações claras e acessíveis sobre os valores que eles priorizam, como saúde, sustentabilidade, abastecimento local ou necessidades alimentares específicas. Considere integrar sua linha de produtos com ferramentas de IA e wearables para simplificar a seleção e a comparação de produtos.

 

 

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