O Web Summit, maior conferência de inovação do mundo, realizada no Rio de 1 a 4 de maio, movimentou discussões sobre novas tecnologias e internet e seus impactos na sociedade, trabalho, negócios e meio ambiente. A 13ª edição do festival foi a primeira realizada na América Latina. E trouxe muita reflexão e inspiração para as mais diversas indústrias.
O evento recebeu palestrantes internacionais como Meredith Whittaker, presidente da Signal Foundation, Brittany Kaiser, ex-funcionária da Cambridge Analytica, e a co-fundadora do movimento Black Lives Matter, Ayọ Tometi. Uma das falas mais importantes da ativista foi a de que “as consequências das fake news são violência e morte”.
Também brasileiros como Konrad Dantas, o KondZilla, fundador da produtora audiovisual KondZilla, e a ativista indígena pela Amazônia, Txai Suruí, ganharam repercussão. Esses e outros nomes foram destaque na cobertura editorial especial do UOL, que produziu conteúdo transversal, por meio dos verticais Tilt, ECOA, Splash e UOL Notícias.
Já o UOL Para Marcas compareceu ao evento para ouvir participantes da indústria da comunicação e publicidade, e saber quais insights e tendências para o mercado eles capturaram.
Veja as principais impressões:
Futuro ancestral
Andreza Maia, CPO e co-fundadora da plataforma Futuros Possíveis, se atentou para os impactos das tecnologias no presente e no futuro, e a necessidade de incluir um público mais amplo e diverso nessa conversa.
“O painel que me chamou mais a atenção foi o da Txai Suruí, que trouxe alguns aspectos muito importantes sobre o futuro. Ela falou sobre o futuro ancestral, do quanto a gente precisa considerar o passado para vivenciar o presente e pensar no futuro. E ela falou também da importância de ampliar essa conversa trazendo pessoas diversas, nos chamando para a corresponsabilidade na construção de novos cenários futuros.”
Ver essa foto no Instagram
Mudar os padrões dos sistemas
Palestrante do Web Summit, Amanda Graciano, sócia e head de Corporate Relation da Fisher Venture Builder, destacou que a inovação precisa passar pela mudança de estruturas e padrões dos sistemas.
“Não é só sobre diversidade. Quando a gente insere pessoas diferentes do padrão dentro do sistema, o sistema muda. Se o sistema continua seguindo os mesmos padrões e vieses, a gente tem que repensar. E esse não deve ser um exercício só de quem está na ponta, resolvendo problemas, mas também de quem está na tomada de decisão.”
Ver essa foto no Instagram
Evolução do mercado financeiro
Para José Saad Neto, head de insights da GoAd Media, chamaram a atenção no festival os sinais de transformação do setor financeiro e a aproximação entre grandes bancos tradicionais e as fintechs.
“É muito predominante, tanto na feira quanto no palco, as discussões sobre como esse setor tem se transformado. Muitas fintechs e muitos grandes bancos dividem o mesmo espaço. Os grandes bancos injetam investimento nesses eventos e se retroalimentam dessa rede de inovação de olho, inclusive, em startups possíveis para aquisição.”
Ver essa foto no Instagram
O perigo das deep fakes
Palestrante do evento, Helton Simões, editor de Tilt UOL, alertou para os riscos pouco debatidos sobre as inteligências artificiais generativas: o aprofundamento das deep fakes com a indiferenciação sobre o que é real e fictício.
“Todo mundo fala da capacidade de automação dessas ferramentas, mas pouco é dito sobre as potenciais consequências negativas, de como essas tecnologias podem aprofundar o estado de coisas que a gente já vive. Recentemente muitas ferramentas de automação foram usadas para produzir deep fakes, manipular informações.”
Ver essa foto no Instagram