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Criação de conteúdo em comunidade entra em nova era em 2022, diz report da WT

Imagem: Pixabay

O modo como conteúdos, marcas e produtos são criados e consumidos passa cada vez mais pelas mãos de comunidades digitais e pela customização dos usuários. Este ano, esses movimentos se aprofundam, entrando numa nova Era que acompanha a evolução de tecnologias e ferramentas em rede, segundo o “The Future 100: 2022 – Tendências e Mudanças a Serem Observadas em 2022”, pela Wunderman Thompson Intelligence.

O relatório anual traz 100 tendências para o ano em diversos mercados, e dedica um capítulo para o futuro da publicidade. Três das 1o tendências listadas para o setor estão diretamente relacionados à forma como a comunicação e as marcas tendem a criar a partir da sua relação com as pessoas em comunidades e plataformas digitais ainda mais customizáveis no futuro. Conheça:

Nova era da cocriação

A próxima geração de plataformas digitais oferece ainda mais poder criativo nas mãos dos creators e dos usuários, segundo o relatório. Depois de os filtros e editores de vídeo abrirem um universo de possibilidades de criação em redes como TikTok e Instagram, tecnologias de realidade aumentada (AR) se somam a plataformas como a IMVU, rede social de avatares, levando a cocriação a um novo patamar.

A IMVU aposta que a criatividade será o novo símbolo de status, destronando a influência, segundo o report. “Trata-se de ser reconhecido por suas criações”, disse Daren Tsui, CEO da plataforma, à pesquisa. Esse valor é especialmente aderente para as gerações alfa e Z, para quem a personalização e a criação são partes intrincadas de suas experiências digitais, a exemplo do modo como interagem nos games.

Marcas meme

A cultura de comunidades digitais somada à descentralização de sistemas financeiros, por meio de criptomoedas, abre caminho para o nascimento de marcas sem dono (“headless brands”, em tradução livre), segundo o report. “São marcas construídas por comunidades que decidem coletivamente sobre produtos, ativos e mensagens. Os membros que compram nessas comunidades ganham o direito de participar da tomada de decisões da marca e podem até participar do sucesso financeiro”, explica o relatório de tendências.

O termo “headless brands” surgiu pela primeira vez em um artigo de 2019, assinado pela empresa de estratégia e pesquisa Other Internet, que descreve essas marcas como narrativas auto-aplicáveis e contagiosas, que surgem e evoluem de modo inesperado e sem controle. Ou seja, uma marca sem dono seria como um meme, já que não pertence a ninguém e pode ser reeditada por qualquer um.

Super Seguidores

Os criadores digitais estão monetizando seu conteúdo por meio de contribuições diretas do público e assinaturas, que dão direito ao acesso a conteúdos exclusivos. Isso é visto em plataformas como YouTube, Twitch e, mais recentemente, também no Twitter, que lançou seu Super Follows em setembro do ano passado.

Esse movimento é de especial interesse do marketing de influência. Se para os creators, a monetização por super seguidores oferece maior autonomia financeira e de criação, para as marcas, a possibilidade de se relacionar com públicos potencialmente mais atentos traz um novo campo a se explorar. Ficam as questões: o engajamento é maior? Há novas formas de medi-lo? Surgirão novas métricas de sucesso? Como criar campanhas para super seguidores? Há mais poder de influência e confiança?


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