Como os super followers – pessoas que pagam diretamente aos influenciadores digitais para integrar suas comunidades – mexem nos ponteiros do marketing de influência? Perguntamos a três especialistas da área, para entender como o mercado brasileiro enxerga esse movimento, apontado como tendência em consolidação pelo relatório “The Future 100 – Trends and change to watch in 2022”.
Ana Paula Passarelli, Cofundadora e COO da Brunch; Fernanda Morena, Gerente de Estratégia da Mutato; e Bia Granja, Cofundadora e CCO do YouPIX HUB, compartilharam suas visões sobre o impacto da monetização direta dos creators na relação com as marcas e na creator economy. Esta é a primeira edição de uma série que irá trazer perspectivas diversas de profissionais do mercado sobre temas do momento.
O perfil de público que financia influencers é cada vez mais comum nas redes sociais. Seja por meio de contribuições pontuais ou assinaturas, essa audiência ganha maior proximidade com o creator e sua comunidade. É um comportamento popularizado em plataformas como YouTube e Twitch. Mais recentemente, o Twitter lançou a ferramenta Super Follows, espécie de assinatura para posts premium, entrando nesse movimento de monetização direta.
Conheça a visão de especialistas sobre o tema:
Ana Paula Passarelli: “Audiência se torna cliente”
Para Ana Paula Passarelli, da Brunch, o movimento dos super followers marca a passagem do marketing de influência para a creator economy, na qual o público se torna membro de comunidade e cliente de produtos e serviços exclusivos. “A gente está falando de trocar a lógica do usuário por uma lógica de membro, e essa é uma tendência que veio para ficar. Criadores vão passar a se relacionar com a sua comunidade não mais apenas com conteúdos, mas também com serviços e experiências imersivas.”
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Fernanda Morena: “Passagem do #publi para o #POV”
Fernanda Morena, da Mutato, entende que a tendência de super followers aponta para como a própria audiência pode se sentir não só pertencente a um grupo como também relevante no processo de criação. “Vale pensar a forma como as marcas podem usar esses novos espaços, inserindo seguidores nos processos de criação e criando métricas que façam mais sentido na construção de comunidade e conversão do que alcance”, diz. Na prática, seria colocar os creators num lugar mais estratégico na comunicação da marca: “a gente está falando da passagem de um #publi para um #POV (Point of View).”
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Bia Granja: “Valorização do conteúdo como base da influência”
Para Bia Granja, do YouPIX, o investimento das marcas costuma seguir as grandes audiências, e a monetização via super followers permite que os creators dependam menos do dinheiro publicitário. “A lógica de correr atrás de likes, algoritmos e engajamento já esgotou parte dos criadores. Então, as grandes plataformas, que sabem que o conteúdo é o principal ativo, começam a oferecer aos criadores possibilidades de gerar renda. Isso acaba produzindo uma valorização do conteúdo”, diz. “E leva marcas a serem mais criativas ao abordar esses creators.”
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