O brasileiro aumentou significativamente o tempo que gasta em redes sociais ao longo de 2020. A constatação está no estudo “O Estado das Redes Sociais no Brasil”, divulgado no fim de abril pela comScore, empresa de análise de dados. O report faz um balanço do ano sobre o consumo de conteúdo, interações da audiência e ações de marcas nas redes sociais. De acordo com a pesquisa, a quantidade de minutos gastos nas redes cresceu 25% no país em 2020.
O levantamento mapeou que, ao todo, as redes sociais alcançam 118 milhões de usuários, o que representa 97% da população da internet do país. Ao longo de 2020, cada user gastou 337 bilhões de minutos por mês, ou seja, foram 47 horas e 26 minutos consumidas nas redes por usuário. Com esse dado, o Brasil aparece como o segundo no mundo em número de minutos mensais consumidos, atrás apenas do México, e à frente de Itália, EUA e França.
O tempo maior do brasileiro nas redes veio acompanhado de uma alta de 35% nas visualizações de vídeos e de 20% nas interações com o formato. Isso mostra a força do audiovisual para atrair a atenção do público no digital. Nesse cenário, o grande destaque do ano foi a plataforma TikTok, que triplicou seu número de usuários, segundo a pesquisa. Destes, 30% declararam usar a plataforma mais de uma vez por dia. Outros 20% acessam pelo menos uma vez.
Instagram é preferida por influenciadores e marcas
O ano também foi marcado pelo crescimento na produção de conteúdo. Somando publicações no Facebook, Instagram e Twitter, houve alta de 21% no número de posts realizados por marcas, publishers e influenciadores, chegando a 9 milhões. E as interações do público cresceram 25% nessas redes, totalizando 24,4 bilhões.
Instagram é a rede onde está a maior fatia da audiência dos influenciadores (55%), seguida de Facebook (27%) e Twitter (18%). Com isso, é a que concentra uma parcela maior de ações de marketing de influência (79%), seguida de Twitter (11%) e Facebook (10%). É também a plataforma de social que recebe o maior share de ações de marcas e publishers (72%), seguida de Facebook (21%) e Twitter (7%).
Mas, de acordo com Nara Campos, analista sênior da comScore que apresentou o estudo em webinar, é vital que as marcas analisem de forma pormenorizada as ações que trouxeram de fato resultado. “Vale a reflexão sobre quais narrativas conseguiram engajar”, disse.
Isso porque, segundo mostra o estudo, o volume maior de ações de marcas nas redes sociais não foi acompanhado pelo mesmo ritmo de engajamento em 2020. Somando as ações das marcas no Facebook, Instagram, Twitter e YouTube, houve uma alta expressiva de 101% em de publiposts (ações de marca sinalizadas com hashtags #AD, #PROMO, #PUBLI, #PUBLIPOST). Mas o engajamento dessas ações cresceu bem abaixo desse índice (25%).
No caso de branded content (handshake sinalizado como “Parceria paga”), é interessante comparar o desempenho das plataformas. No Instagram, por exemplo, o volume de ações de marca cresceu 48%, enquanto o engajamento ficou estável, com alta de 2%. Já no Facebook houve alta de 13% no número de ações de marcas e queda de 28% no engajamento, de acordo com o estudo.