Preconceito de gênero, etnia, orientação sexual e padrões estéticos, quando direcionado a mulheres, tem como alvo frequente o corpo. Em campanha de posicionamento editorial, a plataforma Universa, dedicada à mulher contemporânea, elegeu o mote “Por que meu corpo te incomoda?”, para iniciar um movimento de sensibilização sobre as ofensas propagadas pela internet.
Para isso, foram produzidos cinco vídeos de um minuto com mulheres poderosas que estão expostas diariamente a algum tipo de preconceito. A atriz Érika Januza, como mulher negra; a apresentadora Sabrina Sato, como mãe lactante; a cantora Candy Mel, como mulher trans; a produtora de conteúdo Mariana Nóbrega, como mulher gorda; e a bailarina Fernanda Lensky, como mulher que não se depila, são as protagonistas.
Enquanto as imagens dos vídeos mostram ensaios artísticos de seus corpos, frases ofensivas tiradas das caixas de comentários das redes sociais de cada uma são narradas por locutores. O resultado provoca impacto e reflexão.
“Esses comentários são reais. Quando estávamos gravando, uma das repórteres lia para elas, para dar o clima do ensaio. Em muitos momentos, ela não teve coragem de continuar. Porque é muito pesado olhar para alguém e falar aquelas coisas”, afirma Marina Bessa, editora-chefe de Universa.
O objetivo, segundo ela, é de alguma forma provocar essa mesma sensação na audiência, já que as agressões pela internet não são feitas cara a cara, e muitas vezes se valem do anonimato. “Ao dar voz a esses comentários, ao olhar nos olhos da mulher que está sendo exposta a eles, o preconceito toma corpo, vira verdade. E, como espectadores, somos provocados a reagir. Ou, ao menos, a refletir”, diz.
O trabalho editorial levou quatro meses, desde a ideia até a realização, feita em parceria com a produtora de vídeos MOV, do UOL. Cinco profissionais de Universa e MOV estiveram envolvidos, além de quatro atores que fizeram a locução, e as cinco protagonistas.
A série, junto com o movimento #pqmeucorpoteincomoda nas redes sociais e um manifesto, foi lançada esta semana. Paralelamente, estão sendo publicadas entre os dias 22 e 26 de julho reportagens com histórias de mulheres que, a partir da vivência de uma situação grave de preconceito, encontraram caminhos para transformar a sociedade.
Para Marina, a campanha reforça o posicionamento de Universa. “É um movimento muito coerente com a marca. A plataforma sempre defendeu a liberdade de a mulher ser quem ela quiser. Tem tudo a ver com Universa e com os pilares que a gente trabalha. É um assunto muito recorrente e os temas são caros e importantes para nós.”
