O UOL reconhece que os nichos digitais se tornaram parte essencial na construção de estratégias de conteúdo. Essa abordagem não é de interesse apenas dos jornalistas, mas também de publicitários, blogueiros e influenciadores. Antoine Morel, diretor do Canal UOL, Esportes e Splash, entende e demonstra a importância da criação de comunidades: “Se existe um grupo, uma comunidade com a qual seria muito interessante que nós, do UOL, embarcássemos juntos, e vemos uma oportunidade de ampliar a voz dela, há possibilidades de construir pontes”.

Especialista em produção audiovisual no digital, Antoine Morel acredita que comunidades são uma estratégia para alcançar um público mais amplo e se consolidar no mercado digital, para isso colaborações são fundamentais. “Você alcança um público que eu, como UOL, talvez não alcance e estar ao seu lado nisso faz total sentido”. Portanto, a formação dessas comunidades ocorre por caminhos que estão para além do que se encontra nas homepages da empresa.

Um exemplo seria o nicho de animes, o conteúdo não aparece frequentemente nas páginas principais do portal, mas existe a colaboração do publisher com criadores de conteúdo especialistas no assunto, para criar proximidade com esse segmento. Essa lógica impulsiona uma constante renovação e diversidade na busca por criadores e colaboradores, que ajudam na conexão de marcas a diferentes públicos e a abordar temas que o UOL considera relevantes. 

“No UOL somos muito conscientes dos nossos limites e avaliamos bem até onde podemos ir. Não nos lançamos na água sem saber nadar. A gente testa, entende e só então avança. No caso [da transmissão] do Campeonato Paulista, percebemos que era um território onde conseguimos atuar com segurança e impacto”, afirma Antoine.

Além dos campeonatos, o portal aposta em novas experiências, não apenas para os leitores ou aqueles que acompanham seus conteúdos documentais. Recentemente, o UOL Flash lançou uma parceria com a plataforma Reels Shorts, para uma novela vertical chamada ‘Além do Toque’, baseada no livro homônimo de Mari Sales. Em virtude do seu modelo sequencial, ocorreu uma diversificação no plano de assinatura, ajudando mais ainda na fidelização e na criação de nichos e comunidades.

Estratégias humanas na era da IA

Para Antoine Morel, a inteligência artificial pode ser uma aliada na otimização do trabalho das equipes editoriais, especialmente ao assumir tarefas operacionais e liberar tempo para atividades mais estratégicas: “Nosso objetivo é traçar uma estratégia de conteúdo que seja original, relevante e que leve em consideração o sistema organizacional presente. Ou seja, quem está dentro do UOL precisa compreender e adotar uma série de sistemas, diretrizes e políticas, tratando tudo isso como parte do próprio produto”.

A IA pode contribuir desde a concepção de pautas até a produção de vídeos, permitindo que os profissionais se concentrem e se dediquem mais à estratégia e à criatividade: “Acho que, quanto mais utilizarmos a IA para nos ajudar com tarefas simples, vamos ter mais liberdade e possibilidades de pensarmos de forma estratégica, se tornando tudo bem-vindo”. 

Ainda assim, o uso da inteligência artificial exige cautela. A sensibilidade e a cognição humana continuam sendo fundamentais no processo editorial. Na empresa, ferramentas como chats conversacionais já são usadas para sugestão de pautas, produção de textos, imagens e vídeos. Morel explica que, no entanto, a edição e a curadoria de conteúdo seguem como responsabilidade de equipes especializadas, capazes de interpretar contextos e nuances que a IA não consegue captar. 

Este conteúdo faz parte de uma série especial de entrevistas com lideranças do UOL, realizada em parceria com a FIAM FAAM Indústria Criativa Level UP e criação de conteúdo pelos alunos.

Acompanhe e inspire-se!