_Insights

Compra online desacelera, e varejo tende para omnichannel, diz estudo da VML

Imagem: Reprodução

Após o salto nas compras online provocado pelos anos de Covid-19, o cenário do varejo está próximo de alcançar um ponto de equilíbrio no qual os consumidores combinam suas jornadas de consumo digital com canais presenciais. Esse diagnóstico consta no “The Future Shopper 2024”, relatório global da VML, que chega à sua oitava edição anual.

“Embora ainda seja uma experiência preferida para muitos, o crescimento das compras online desacelerou, sinalizando uma mudança em direção a um cenário de canais de varejo mais equilibrado. O comércio físico passa por um ressurgimento, mas deve adotar a inovação e experiências imersivas para competir em um mundo omnicanal”, afirma o documento.

Segundo o levantamento, que ouviu 31.500 consumidores em 20 países, incluindo o Brasil, 53% das compras realizadas pelos respondentes são online — abaixo dos 58% registrados em 2023. Isso mostra que os canais de venda online estão próximos de alcançar o teto. Mas a projeção é que esse índice ainda cresça para 60% em cinco anos, já que 47% dos consumidores globais acreditam que o digital oferece uma experiência melhor do que o varejo presencial.

Enquanto isso, o comércio físico toma impulso em um mundo omnicanal: 64% dos consumidores globais consultados dizem que preferem comprar de um varejista ou marca que tenha uma loja física e online (contra 60% em 2023). E 61% dos entrevistados desejam comunicação contínua em todos os canais de vendas, que acompanhe sua jornada e dados (contra 56% em 2023). Além disso, 60% dizem que desejam que suas experiências de compras físicas sejam envolventes, futurísticas e criativas.

Nesse cenário, o império dos marketplaces começa a ser ameaçado. Embora mantenham o domínio na descoberta de produtos, essas plataformas enfrentam uma concorrência cada vez mais acirrada com canais alternativos. Entre os respondentes globais, 35% vão ao marketplace líder em sua região em busca de inspiração; 32% vão ao principal mercado local para pesquisar produtos. E 29% compram em grandes mercados (contra 35% no ano passado).

Entre os comportamentos de consumo emergentes, chama a atenção a influência da crise climática na decisão de compra. Entre os entrevistados globais, 56% dizem que, devido a preocupações com o meio ambiente, mudaram seus hábitos de consumo. E 49% usam opções de entrega sustentáveis nos pedidos online (alta de 3 pontos percentuais em relação a 2023). Além disso, 63% dizem que gostam de comprar de varejistas e marcas que têm um propósito além de apenas vender seus produtos ou serviços.

A preocupação com saúde e bem-estar também tem peso. Para 66% das pessoas consultadas, o foco na saúde afeta o que compram e de quem compram. Entre os respondentes globais, 65% declaram estar mais focados no bem-estar, e isso influencia no que eles compram. E 57% admitem que, devido ao contexto mundial nos últimos anos (Covid-19, guerras, inflação, entre outros), estão mais propensos a gastar dinheiro em experiências de sua lista de desejos, pois “a vida é curta”.

Mas, mesmo quando a morte chegar, as compras continuam. Entre os consultados, 47% disseram que estariam interessados em comprar do além-túmulo (também conhecido como “consumismo pós-morte”). Além disso, 46% dizem que gostariam de poder falar com quem já morreu usando IA para trazer essas pessoas “de volta à vida”.


Quem faz os conteúdos UOL para Marcas:

Apuração e redação: Renata Gama / Edição e redes sociais: Raphaella Francisco / Arte: Pedro Crastechini
Gerente responsável: Marina Assis / Gerente Geral: Karen Cunsolo