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Fernando Moulin, da Sponsorb: momento é de testar e aprender com o metaverso 

Imagem: Divulgação

O termo metaverso entrou no hype e despertou os olhares do público e das marcas por todo o mundo. Está nas conversas, nos relatórios de tendências, e protótipos dessa nova realidade surgem em experiências de marca. Para Fernando Moulin, partner da Sponsorb, consultoria boutique de business performance, o momento é de testagem e aprendizagem de uma nova realidade que terá possibilidades infinitas nos próximos anos para o varejo.

“O interesse pelo metaverso foi muito grande no início deste ano, depois que o Facebook mudou o nome para Meta. Foi destaque no SXSW, CES e NRF. Os clientes e executivos voltaram com muito interesse sobre o tema, com muitas dúvidas. Quando começaram a perceber que é uma questão para o médio prazo, alguns se desinteressaram, mas outros entenderam que agora é a hora perfeita para testar”, afirma o executivo.

Segundo ele, não há dúvidas de que as marcas terão de entrar no metaverso em algum momento. Somado às possibilidades de hiperconexão que o 5G tem a oferecer, colocando toda a sorte de dispositivos em rede, será um divisor de águas como um dia a Internet já foi, e hoje não visualizamos mais a vida sem ela.

“Esse tipo de tecnologia deverá ter em alguns anos um ponto de inflexão a partir do qual deverá começar a crescer em velocidade exponencial. Mas as empresas que estão investindo nisso agora têm de entender que testagem não é momento ainda de buscar resultados. É de entender como interagir com o consumidor. Dar certo agora é entender que isso é um ensaio para as marcas estarem mais fortes no futuro.”

Segundo Fernando, marcas que reservam parte do budget de marketing e investimento para inovação têm pela frente uma oportunidade de compreender esse novo universo que deve transformar por completo as relações de consumo num futuro próximo. Ele não abre sobre projetos em sigilo, mas afirma que o metaverso está no horizonte dos clientes.

“Tudo vai mudar: os modelos de negócios, o comportamento das pessoas, as sexualidades, identidades, o futuro do trabalho, o que nos define. A digitalização vai fazer com que grande parte das profissões se extingam. A tendência é que um novo conjunto de regras de relações entre consumidores, marcas e sociedade se transforme de maneira geral dentro do metaverso”, afirma.

Além disso, uma infinidade de coisas que ainda não têm parâmetro na realidade poderão acontecer dentro das novas realidades imersivas. E as empresas precisarão estar preparadas para isso. “Uma pessoa vai poder chegar a uma loja no metaverso com um avatar de dinossauro, por exemplo, e a marca terá de saber o que isso quer dizer e como tratar esse cliente de forma individualizada.”

Fernando prevê que a transformação das relações de consumo acontecerá em três etapas. “Vamos ter um primeiro momento de reprodução de coisas que já existem, porque os consumidores vão estar pensando em trazer o físico para o digital.” Num segundo estágio, ele acredita que a tecnologia — capaz de unir o digital e o mundo físico — vai possibilitar um conjunto de soluções que facilitam a vida. E, num terceiro, as relações irão se transformar de modo mais complexo.

“É a promessa de um espaço digital profundamente integrado ao mundo físico, que vai ser tão natural, que nossos sentidos não vão ver muita distinção. O metaverso nada mais vai ser do que um novo mundo com todas as possibilidades, sem a fronteira do real.”

Tudo isso será permeado pela criação de produtos e serviços que funcionarão de forma híbrida ou exclusivamente no digital, lançando mão de bitcoins e NFTs, e outras formas de trocas digitais. Nos games e na indústria do luxo e da arte, isso já vem sendo explorado. Para o varejo, será uma nova fronteira que será disputada tanto pelas indústrias, aprofundando estratégias D2C (direct to consumer), quanto pelos marketplaces que, segundo ele, trabalharão com a vantagem de possuírem dados mais completos e aprofundados de comportamentos e consumo para portfólios de todo tipo de produto.

Numa realidade totalmente nova, o varejo deverá se posicionar pensando na jornada completa da experiência de vendas. Do branding, ao pós venda. “O varejo vai ter de se hiper adaptar e integrar dados, experiência de marca com centralidade no cliente, para poder atender no momento que ele mais precisa, de forma individualizada.”


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