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Ariel Grunkraut: Burger King incentiva isolamento quando bate agonia de ficar em casa

Imagem: Divulgação

Muita gente já sente aquela dificuldade de manter o distanciamento social, após mais de três meses da chegada da pandemia de covid-19 ao país, e das primeiras medidas de restrição de circulação.  O Burger King resolveu dar um incentivo. Transformou seu app num game que recompensa com prêmios os que não saem de casa, na campanha “Ficar em casa é fogo, mas vale a pena”.

“As pessoas já começam a ficar agoniadas, diferente do começo da quarentena, que foi uma fase de mais tensão. E a gente sabe da importância que é continuar respeitando o isolamento, quando possível”, afirma Ariel Grunkraut, VP de marketing do Burger King Brasil.

Para isso, o aplicativo do BK passou por uma atualização, notificando sobre a campanha com um convite a participar. Quem adere à brincadeira aceita compartilhar sua geolocalização. Quanto mais tempo o participante passar em casa, melhor a recompensa. Na fase atual do jogo, mais de 9 mil batatas fritas já foram conquistadas.

“Vamos distribuir prêmios maiores para quem passar mais tempo sem sair mesmo pra nada”, diz Ariel. Em menos de uma semana, afirma o executivo, o vídeo da campanha alcançou mais de 1 milhão de visualizações. “E mais de 50 mil pessoas entraram na brincadeira, se cadastraram, toparam disponibilizar a geolocalização, participando ativamente de não sair de casa.”

Ousar está no DNA

Ariel costuma dizer que, se uma ideia de campanha não dá um certo frio na barriga, o Burger King não lança. Especialmente num contexto de pandemia, esse medinho é muito presente. “A verdade é que o país está há muito tempo dividido. É impressionante como sempre estamos pisando em ovos”, diz. “Quando a gente resolve falar de ficar em casa, é óbvio que as pessoas vão questionar.”

Mas se isentar não faz parte do DNA do BK. “A marca tem um posicionamento muito claro, gosta de se posicionar, entende que o consumidor espera isso das grandes marcas, e ainda mais do Burger King”, afirma o executivo. Ele lembra que a marca foi uma das primeiras a se posicionarem no Brasil, informando institucionalmente sobre os novos procedimentos de higiene nas suas cozinhas. No mesmo dia, já anunciou a doação de R$ 1 milhão ao SUS. Além disso, o BK já doou mais de 80 toneladas de alimentos a populações vulneráveis.

“Tem uma coisa que a gente sempre colocou: a marca Burger King é maior que simplesmente vender hambúrguer e batata frita. A marca tem um papel na sociedade, 150 milhões de pessoas passam pelos nossos restaurantes. A gente entende que tem o papel de contribuir”, defende o executivo.

Segundo Ariel, a campanha, que foi criada pela agência David São Paulo, além de posicionar a marca, resolve com tecnologia e criatividade as limitações atuais para realizar campanhas tradicionais. “A gente não tem condição de produzir nada, mas não é porque não conseguimos mais abrir uma câmera que não vamos nos posicionar”, afirma Ariel.

Sem contar que o mote “Ficar em casa é fogo” cai certeiro para o que Ariel chama de um dos “briefings eternos” da marca, que diz que grelhado é melhor. “A campanha mistura de insight verdadeiro, linkado com necessidade real, com toda a ousadia e irreverência da marca, usando tecnologia.”

Minibio

Ariel Grunkraut é graduado em administração pela FAAP, com pós pela FGV e MBA pela Business School SP. Iniciou sua carreira na Ambev, onde chegou a gerente corporativo de marketing. Foi diretor de marketing na AMD. Chegou ao Burger King em 2011, como diretor de marketing. Atualmente, é VP de marketing da companhia no Brasil.


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