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Ana Paula Passarelli, da Brunch: identificação explica hype de influencers de finanças

Imagem: Karine Britto/Divulgação

Como um tema “duro” como finanças pessoais tem caído nas graças do público, ganhando cada vez mais relevância no marketing de influência? O cenário explica em parte: a explosão dos bancos digitais, as dificuldades econômicas impostas pela pandemia que exigem mais organização financeira das pessoas. Mas, para Ana Paula Passarelli, conhecida como Passa, fundadora e COO da agência Brunch, especializada em marketing de influência, a força da identificação com o público está na raiz da ascensão de nomes desse segmento.

Passa é “olheira” da Nath Finanças, youtuber que ganhou notoriedade ao ensinar dicas simples para questões do dia a dia, ajudando a economizar centavo a centavo. A Brunch fez o convite para a influenciadora entrar para o seu casting quando ainda tinha 500 seguidores. Hoje, são mais de 230 mil inscritos. E acaba de lançar o livro “Orçamento Sem Falhas: Saia do vermelho e aprenda a poupar com pouco dinheiro”.

“Finanças pessoais, como esse lugar onde a gente precisa entender do dinheiro e administrar investimentos, nunca foi acessível para as pessoas. Quando a Nath vem falar de dinheiro com uma linguagem muito simples, vira um divisor de águas daquilo que se vinha falando de educação financeira no Brasil.”

Com isso, se abriu um campo para novos influenciadores, que passaram a gerar conteúdos variados e autênticos sobre finanças pessoais. Apenas no casting da Brunch, estão Alan Soares, criador do perfil @Boletinhos no Instagram, e Amanda Dias, do canal Grana Preta. “Começaram a surgir pessoas seguindo o exemplo da Nath, entendendo que ela estava lá sozinha falando de finanças para o público de baixa renda. E era um território menosprezado pela categoria financeira, que falava só de investimentos, CDB, criptomoeda, ações. Imagine falar sobre como economizar cinco centavos pagando com cartão de débito?”

Do ponto de vista de território para marketing de influência, falar ao público de baixa renda de forma tão direta e genuína, acaba atraindo um leque maior de marcas parceiras, segundo Passa. “Entram campanhas de automóveis, beleza, fast food, companhia de gás, energia elétrica, farmácia, refrigerante. Enquanto os influenciadores focados em investimentos ainda recebem patrocínios mais nichados”, diz.

É uma abordagem que funciona, segundo Passa, porque gera identificação na construção das narrativas. “Tem figuras que vão criando essas estruturas num arquétipo ‘Cara Comum’, de quem é de verdade. E é por isso que gera tanta confiança e identificação.”

E, por falar em arquétipos, o perfil arquetípico do influencer é a matéria-prima da Toast, operação recém-lançada pela Brunch. Trata-se de um método de curadoria de influenciadores para projetos de marcas que combina dados, métricas específicas e o estudo da personalidade do influenciador.

“Com base nos mais de 40 talentos da casa e mais de 500 trabalhos executados em 2020, cruzamos arquétipos e resultados de campanhas para identificar qual perfil é mais adequado para cada tipo de KPI das marcas”, diz Passa.


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