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Pós-pandemia: distanciamento deve permanecer como valor de consumo, diz Kantar 

Imagem: Reprodução

Mais de 100 dias após as mudanças de rotina para enfrentar a pandemia no país, o distanciamento social deve permanecer no hábito dos brasileiros como valor de compra. É o que aponta o relatório global Consumer Thermometer #11, da Kantar Ibope. Segundo o levantamento, 74% dos respondentes no país dizem que continuarão seguindo recomendações de distanciamento e evitarão lugares lotados.

Mas, mais do que impactar no modo de circulação de pessoas, o distanciamento se estabelece como um critério que determina a escolha de lojas e canais de consumo após a reabertura. Na pesquisa, entre os aspectos mais relevantes na decisão de onde comprar, o mais importante é haver poucas pessoas no local (60,2%). Em seguida, aparecem: ser perto de casa (59,6%), ter preços acessíveis (53,5%), cumprir medidas sanitárias (47,8%) e ausência de filas (44,9%) — este último também relacionado ao distanciamento.

Em outras palavras, ter um menor fluxo de consumidores no ponto de venda surge como fator de preferência na compra no pós-pandemia, sinal para o qual marcas do varejo precisam estar atentas em suas ações. Com isso, espaços mais exclusivos, reservados e privativos tendem a se tornar mais desejados.

Nesse cenário, mostra a Kantar, o pequeno varejo e o varejo tradicional ganham relevância no segmento de compras de abastecimento, em relação aos “atacarejos” e hipermercados. De acordo com o report, durante o isolamento, os pequenos varejos ganharam um mercado consumidor de 2 milhões de novos lares. E o varejo tradicional ampliou seu alcance em 800 mil lares.

Entre os produtos relevantes no carrinho de compra, o momento é de maior crescimento de categorias ligadas a ingredientes para preparo de refeições em casa e bebidas, como leite condensado (61%), creme de leite (45%), cerveja (42%), leite (39%), catchup e atomatados (37%).

Hábitos que se cristalizam

Costumes adquiridos durante a quarentena tendem a se cristalizar, segundo a Kantar. Mais da metade dos respondentes do país (61%) diz que vai manter a maioria dos novos hábitos que, durante o isolamento, se incorporaram ao dia a dia. Entre as mulheres, essa tendência é ainda maior: 66%.

Alguns desses comportamentos estão diretamente ligados à necessidade de distanciamento social para evitar o contágio, como comprar online (46%), trabalhar em casa (38%), usar mídia online (28%). Outros mostram o impacto da quarentena no cuidado de si e na qualidade de vida: aumentar a higiene (63%), comer de forma mais saudável (54%), desenvolvimento pessoal (50%), passar mais tempo com as pessoas que mora (47%), ler (38%).


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