Fora do mês do orgulho LGBTQIA+, os influencers trans são frequentemente esquecidos por marcas. É o que mostra um levantamento que buscou mapear e conhecer os produtores de conteúdo da sigla “T” da legenda. Com dados colhidos em 2021, a pesquisa “Creators trans no Brasil” foi lançada pela agência Mosaico em janeiro deste ano, a poucos dias do seu “Guia de Tendências – Influência com diversidade 2022”.
Ao todo, foram mapeados 189 influencers, entre 18 e 35 anos, que estão concentrados principalmente em São Paulo, Rio, Minas e Bahia. A maior parte dos respondentes (42,3%) é composta por nano influenciadores (menos de 10 mil seguidores). Os micro influencers (10 mil a 100 mil) correspondem a uma fatia de 21,7%, seguidos dos meso influenciadores (100 mil a 500 mil) com 3,7%. Os mega Influenciadores (acima de 1 milhão) são uma minoria restrita, com 0,5%. A pesquisa foi realizada com o apoio da TransEmpregos e da YouPix.
Chama a atenção que parcela significativa dos influenciadores trans é completamente ignorada por marcas fora do mês do orgulho LGBTQIA+. Em 2021, 45,5% dos entrevistados não realizaram nenhum trabalho como influencer com marcas de janeiro a junho (mês do orgulho). Outros 11,1% fizeram pelo menos um trabalho no período. A realidade só muda em junho: 36,6% dos creators que participaram da pesquisa disseram ser mais procurados por empresas durante o Mês do Orgulho LGBTQIA+.
A maioria (58,2 %) acha muito importante que as marcas se posicionem em relação à causa trans. E a forma de abordagem das marcas a esse respeito é um fator também muito importante para mais da metade dos entrevistados na hora de fechar um trabalho. O guia também trouxe recortes sobre identidade de gênero e etnia dos influencers. E mapeou sobre os principais temas dos conteúdos produzidos.
Tendências em influência com diversidade
Para auxiliar marcas a aumentar a diversidade em suas estratégias de marketing de influência, a Mosaico lançou também em janeiro o “Guia de Tendências – Influência com diversidade 2022”. Com base em dados de pesquisas brasileiras e internacionais, a agência lista 10 movimentos e recomendações às marcas para este ano.
A cada tendência para o ano, a Mosaico indica uma curadoria de influencers diversos, para mostrar como é possível aumentar a representatividade nos elencos para ações das marcas em todos os aspectos. O guia mostra que vídeos seguem em alta nas redes sociais, com produções de humor, dança e infoentretenimento. Além disso, com a maior profissionalização no uso dos dados e métricas, a tendência é que marcas atuem cada vez mais com influenciadores de todos os tamanhos, em número de seguidores, aumentando a pluralidade de vozes.
