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Mapa de tendências: 3 desafios sociais que marcas enfrentarão no pós-pandemia

Imagem: United Nation Covid Response/Unsplash

Os impactos sociais da covid-19 serão sentidos por gerações. E relatórios de tendências elaborados por institutos de pesquisa e grandes agências de publicidade pelo mundo procuram mapear os macrocenários que indústrias dos mais variados segmentos devem enfrentar num futuro próximo.

As transformações sociais vividas no planeta em consequência da pandemia devem afetar as marcas e seus negócios de forma profunda, já que produzem efeitos sobre o comportamento de consumo, além de afetar as relações de trabalho e a comunicação.

Veja três grandes desafios sociais no pós-pandemia que devem ser observados pelas  marcas, segundo relatórios de tendências:

1. Aumento das desigualdades

A pandemia de covid-19 vem exacerbando as disparidades sociais já existentes — de gênero, classe social e etnia –, por afetar de forma desigual grupos minorizados, segundo o relatório Fjord Trends, da Accenture. Além disso, tem criado novas discrepâncias. Isso porque as consequências do isolamento social recaem de forma diferente conforme os mais variados recortes.

A diferença de faixa etária é um exemplo, aponta o report. Como será o impacto no desenvolvimento cognitivo de uma geração de crianças distanciadas das escolas? Outra questão relevante é a da barreira digital. “A nova realidade é que a covid acelerou e aumentou a exclusão digital. Estamos em um novo tipo de apartheid, um apartheid digital. É mais do que uma divisão”, aponta Rodrigo Baggio, presidente da Recode, ONG que promove inclusão digital, que foi ouvido no relatório.

2. Desinformação high-tech

É fácil entrar na brincadeira do deepfake. Por meio de inteligência artificial, aplicativos simulam rostos e vozes de famosos e anônimos, produzindo imagens muito próximas da realidade. Mas essa tecnologia também pode ser nociva para a sociedade, quando associada a fake news. Conteúdos de deepfake foram amplamente usados para desinformação em torno da covid-19 e da eleição presidencial de 2020 nos EUA, segundo mapeou o relatório “The Future 100”, da Wunderman Intelligence.

Isso tem aumentado a necessidade de soluções robustas para manter um ecossistema digital confiável. Em setembro de 2020, a Microsoft lançou o Microsoft Video Authenticator, ferramenta que escaneia uma imagem ou vídeo e estimativa a probabilidade de o conteúdo ser falso. Embora a tecnologia esteja trabalhando na contra-desinformação, o problema do deepfake precisa receber cada vez mais atenção das marcas, para garantir o brand safety nos seus investimentos digitais.

3. Espaços de trabalho líquidos

A pandemia deslocou uma força de trabalho em massa para o home office em todo o mundo, e muitos negócios jamais retornarão às suas antigas rotinas num mesmo espaço físico. Segundo o relatório Tech Trends, do Future Today Institute, quando a pandemia recuar, as novas relações de trabalho tenderão a ser híbridas, unindo trabalho físico e remoto.

Essa flexibilidade aos trabalhadores pode melhorar sua qualidade de vida e saúde mental, segundo o relatório. Mas haverá consequências sociais dessa mudança no espaço de trabalho, à medida que a confusão sobre os limites do tempo dedicado ao trabalho em casa aumenta. As pessoas que atuam em home-office estarão disponíveis ao trabalho em tempo integral? Essa falta de distinção deve gerar discussões sobre direitos trabalhistas, aponta o relatório.


Quem faz os conteúdos UOL para Marcas:

Apuração e redação: Renata Gama / Edição e redes sociais: Raphaella Francisco / Arte: Pedro Crastechini
Gerente responsável: Marina Assis / Gerente Geral: Karen Cunsolo