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Fim da Era da abundância fará inovação se guiar pelo cuidado, diz Fjord Trends 2022

Imagem: Reprodução

O ano de 2022 será de redefinições que irão alterar as estruturas das relações entre pessoas e marcas, de acordo com o “Fjord Trends 2022”, relatório anual de tendências da Accenture Interactive. Conhecido por mapear tecnologias emergentes, o documento se dedica em sua 15ª edição a apontar valores que devem guiar a inovação nos novos modelos de negócios, após dois anos de pandemia.

“Este ano, o tema dominante em todas essas tendências é a necessidade de responder às mudanças em todos os relacionamentos. Devemos definir como nós — coletiva e individualmente — costuramos conscientemente relacionamentos positivos para criar um novo tecido de vida que seja bom para as pessoas, os negócios e o planeta”, afirma o documento.

Veja três movimentos que devem pautar as novas relações e as inovações, de acordo com o relatório:

1. Produção e consumo regenerativo

O choque da pandemia no mundo trouxe o risco da escassez para a realidade, com a quebra de algumas cadeias de suprimentos, mesmo que temporária. Isso marca o que seria “fim da Era da abundância”, segundo o relatório. O efeito é que as pessoas estão começando a entender de forma mais viva o impacto de seus hábitos no planeta, e pensando mais seriamente sobre a necessidade de transformar a lógica do consumo para proteger o meio ambiente.

Nesse sentido, o “Fjord Trends 2022” aponta que grandes oportunidades de inovação em 2022 estarão no campo que reúne marketing, atendimento ao cliente e cadeia de suprimentos para encontrar novas formas de produção e consumo que possam prolongar a vida útil de produtos. “Uma mudança de mentalidade necessária será separar a inovação da noção de ‘novo’”, diz o relatório. “Prevemos um impulso crescente em direção a um ‘negócio regenerativo’, que substitui o modelo tradicional de ‘pegar, fazer, descartar’ por uma abordagem mais circular.”

2. Reconstrução de informações confiáveis

A explosão de desinformação que presenciamos ao longo da pandemia colocou em xeque as respostas que encontramos sobre as mais diversas questões. É o que o relatório nomeia de “falência de informações”, ou seja, um declínio acelerado na confiança nas informações de especialistas e governos. “As pessoas desejam e precisam ser capazes de confiar nas fontes de respostas que procuram”, diz o relatório.

Diante desse cenário, há uma oportunidade para marcas que investirem na confiabilidade das informações, oferecendo dados fidedignos e transparentes aos clientes sobre seus produtos, “fazendo escolhas estratégicas sobre quais camadas de informação implantar e como projetá-las em pontos de contato”, diz o relatório. “Cada vez mais, as marcas competirão entre si nas camadas de informação.”

3. O cuidado como geração de valor

O senso de autocuidado e de cuidado com o outro tem sido vital para atravessar o período de pandemia e seus efeitos na sociedade. No campo das empresas, o serviço de atendimento e os canais de atendimento (digital e físico) precisaram se redesenhar, e a tecnologia tornou-se meio de relacionamento e fonte de soluções para o cuidado e bem-estar, aponta o relatório.

Essa noção de cuidado atrelado à tecnologia deve se projetar no futuro, diz o “Fjord Trends”. Marcas e negócios devem encontrar nesse campo oportunidades de inovar e gerar valor, expandindo acessibilidade de seus canais, projetando KPIs que medem o benefício/risco para as pessoas e seus relacionamentos, explorando o design com uma abordagem empática que reconhece as muitas maneiras pelas quais as pessoas experimentam e reagem a um produto ou serviço.


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