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Brasileiro é mais favorável à publicidade, diz CEO da Kantar EUA

Imagem: Divulgação/ABA

Manish Bathia, CEO da Kantar EUA, foi o convidado internacional do ABA Mídia 2017

Convidado internacional do ABA Mídia 2017, o indiano Manish Bathia, CEO da Kantar EUA, mostrou ao mercado um retrato da publicidade no Brasil em comparação com o mundo. Com base em números do Dimension Study 2017, estudo global da Kantar Media com consumidores e principais decisores nas empresas, a conclusão é que, por aqui, os anúncios são recebidos de forma mais favorável e positiva do que na média global. O evento anual da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) reuniu marcas, publishers e agências no hotel Renaissance, em São Paulo, na quinta-feira (21).

Segundo o estudo, no Brasil, uma pessoa média gasta 8h13min por dia consumindo filmes, notícias, música e games. É o maior time spent do mundo. “É fascinante! É o tempo que a gente deveria estar trabalhando”, diz Bathia. Segundo ele, o comportamento brasileiro é um reflexo do que ele chama de “era de ouro da mídia”. “Há um crescimento no consumo geral de produtos midiáticos. Eles estão em toda parte: no celular, na TV, no computador, no carro. Há uma série de telas por todo lado.”

Com isso, a aderência à publicidade no Brasil também é maior: 98% das pessoas dizem que percebem as campanhas, contra 85% na média mundial. Entre elas, 68% estão propensas a fazer buscas sobre a marca na internet e 69%, nas lojas. Porém, os consumidores brasileiros demonstram preocupação com sua privacidade e incômodo com a intrusão de anúncios: 69% gostariam de ter mais controle sobre as campanhas online. “Tem um limite que os anunciantes precisam respeitar para não invadir a vida das pessoas. Elas aceitam publicidade desde que tragam mensagens que conversem com seus interesses”, diz. O estudo mostra que no Brasil 75% dos consumidores preferem anúncios que sejam relevantes para eles.

O conteúdo, aliás, tanto das peças publicitárias quanto do contexto, é a chave para a os anúncios performarem melhor, segundo Bathia. “Uma coisa que notamos é que as pessoas gostam de conteúdo de qualidade mais do que de conteúdo ruim. As pessoas seguem qualidade de conteúdo onde ela estiver.” Para ele, isso explica o crescimento da produção de conteúdo original em plataformas de streaming como Netflix, Amazon e a mais recente Hulu, que ainda não chegou ao Brasil. E os ganhos não são apenas com assinaturas, mas também com merchandising. “Nos EUA está aumentando a produção de conteúdo de marca. Mesmo a Netflix tem receitas sobre produtos incluídos na programação.”


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